Augustus Earle - Comentários Críticos

“Augusto foi um estudante precoce na Royal Academy de Londres, onde ele esteve sob a orientação de Benjamin West (1738-1820), outro artista americano colonial, e um pioneiro na ‘New Augustanism’, o revival das composições da figura neoclássica da Europa. O nome ‘Augustus’ não é mera coincidência, ele reflete a lealdade nostalgia (e conservadorismo - Torysmo) de seu pai pelo exemplo do primeiro imperador romano, César Augusto, sob cujo governo o império romano expandiu e as "artes civilizadas" floresceram. O nome ‘Augustus’, como muitos nomes, é por si só alegórico e o produto de uma visão imperial.

 (...) Suas obras juvenis tinham títulos como "O Julgamento de Midas” (1806) e “A Batalha de Poictiers” (1808) - conjunto de peças históricas e alegóricas, cujo ar de conservadorismo deveu tanto à convenção acadêmica como a influência de seu tio e a de Benjamin West, para não mencionar a crença que ainda prevalecia na Grã-Bretanha de que o século XVIII foi uma nova época Augustiniana. Era uma crença com consequências imperiais, certamente: uma alegorização dos projetos imperiais britânicos, por exemplo, a colonização da Austrália.

Esta convenção histórica e alegórica, um neo-classicismo que vitorianos como o contemporâneo exato de Earle, Francis Danby, mais tarde, transformaria simplesmente em melodrama, providenciando a Earle a retórica básica dentro da qual o exótico atuou algumas vezes como uma intervenção e às vezes complementar.
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 Foi comum ver em trabalhos posteriores de Augustus Earle, o produto de suas viagens e observações em diferentes partes do mundo, incluindo Nova Zelândia e Austrália, serem livremente expressivos e até mesmo com revolucionários afastamentos do academicismo e do neoclassicismo em relação a seu conjunto de peças de juventude. A polarização implícita neste ponto de vista, com o fantasma de um culto de originalidade, mal representa as possibilidades oferecidas pelas combinadas gramáticas da pintura histórica e do Sublime, com suas compartilhadas inclinações para a alegoria, e combinado com seu apetite pelo exótico.
 Acrescentando ao seu uso de escopos alegóricos e exóticos de pintura histórica e do Sublime, as pinturas topográficas, de viagens e esboços de Earle repetem todos um princípio fundamental tanto da pintura histórica pós Poussin, e o Sublime depois de Rosa, ou seja, a paisagem é sempre o local da intervenção de um evento – no caso da pintura histórica, um evento que libera a alegoria como fonte de seu verdadeiro objeto: no caso do sublime, um evento que enfatiza a diminuição da escala humana diante da Natureza.”

(In: BURKE, Gregory & Wedde, Ian (edit.). Now see hear!: art, language, and translation. New Zeland: Victoria University Press, 1990. P.39 e 40).