(Rio de Janeiro/RJ, 1882-1922)
Pintor, decorador e cenógrafo. Nascido de família pobre e numerosa, era irmão mais novo de João Timótheo da Costa; assim como ele, iniciou seus estudos na Casa da Moeda, como aprendiz de desenho de moedas e selos. Nessa ocasião, conheceu o Diretor da Casa da Moeda Enes de Souza, mecenas e principal responsável por introduzir ambos os irmãos definitivamente no mundo das artes plásticas. Ainda assim, paralelamente, Arthur Timótheo trabalhou por cinco anos com o cenógrafo italiano Oreste Coliva, adquirindo uma certa dramaticidade que viria a influenciar sua obra plástica. Em 1894, ingressou, juntamente com seu irmão, na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Daniel Bérard, Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernadelli. No Salão Nacional de Belas Artes de 1906, recebeu uma menção honrosa de primeiro grau e, no ano seguinte, após a desistência de Eduardo Bevilacqua, conquistou o prêmio de viagem à Europa. Instalou-se em 1908 em Paris e expôs no Salon, mas também visitou a Espanha e a Itália antes de retornar ao Brasil em 1910. Voltou novamente à Europa, contratado pelo governo brasileiro para colaborar, junto com seu irmão e com Carlos e Rodolfo Chambellant, com os trabalhos decorativos do pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Turim de 1911. Em 1912 faz uma exposição individual na Associação dos Empregados do Comércio, participando de cerca de 13 exposições coletivas desde 1905 a 1921. Obteve no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, a pequena medalha de prata em 1913, a grande medalha de prata em 1919, mesmo ano em que fundou com um grupo de artistas a “Sociedade Brasileira de Belas Artes” à epoca intitulada Juventas. Conquistou a grande medalha de ouro em 1920 e propôs nesse ano que os artistas filiados à Sociedade Brasileira de Belas Artes participacem livremente nas Exposições Gerais de Belas Artes. Nesse mesmo ano engajou-se no trabalho de finalização da reforma iniciada em 1918 do Salão Nobre do Prédio do Fluminense Futball Club, fundado em 1902, ficando a seu encargo a decoração do Prédio. Devido a problemas de saúde, sua produção foi reduzida nos últimos anos de vida. Participou pela última vez da Exposição Geral no ano de 1921 e faleceu no ano seguinte, aos 41 anos, internado no Hospício dos Alienados do Rio de Janeiro com o diagnóstico de demência paralítica. Dedicou-se especialmente à pintura de figuras e paisagens, destacando-se nos nus femininos e retratos. Além da grande coleção de suas obras pertencentes ao acervo permanente do Museu Afro Brasil, Arthur Timótheo da Costa possui peças no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e com alguns particulares. Atribui-se a ele uma tendência pré-modernista nas obras da maturidade, que se aproximam, para José Teixeira Leite, "do Expressionismo ao fazer uso de um colorido dramático, de um desenho quase taquigráfico e de uma caligrafia pictórica nervosa e encrespada", gerando reações de repúdio de comentadores contemporâneos, que lhe atribuíram falhas de desenho e volumetria. Contudo, segundo o crítico, Arthur Timótheo "nunca pautou sua arte pela cega obediência aos cânones acadêmicos, pouco lhe importando a fidelidade ao modelo ou a plasticidade de suas figuras. Toda a sua preocupação ia, muito ao contrário, para a cor e para a textura, e através dela, para a expressão."