Arte Pop


 

Após a II Guerra Mundial, jovens artistas que estavam na casa dos vinte anos e que presenciaram a Grande Guerra durante sua adolescência, passaram a fazer um tipo de representação artística cujas experimentações estéticas os fizeram utilizar de objetos de consumo. Alguns artistas Britânicos como Richard Hamilton (1922-2011), Eduardo Paolozzi (1924-2005), Laurence Alloway (1926-1990), entre outros manifestaram uma percepção das mudanças de valores dentro da cultura de massas, na ocasião, em vertiginoso crescimento. Essas mudanças fizeram com que esses artistas se aproveitassem de meios de atingir o grande público. Daí a noção de uma arte que fosse “popular” ou, por redução: “pop”.  É por isso que é correto dizer que para os primeiros artistas “pop”, em suas críticas ao consumo e aos padrões da arte que era produzida até então, “ir aonde o povo está” significaria utilizarem como suporte para suas obras coisas jamais utilizadas até então nas artes plásticas, tais como a propaganda, o silkscreen em camisetas, o uso e abuso da televisão, dos outdoors, performances nas ruas... etc.

Na percepção dos artistas que pertenciam a um “grupo independente” (Independent Group, fundado em 1952), tomado hoje como instituto de arte contemporânea fundador da arte pop, a temática artística e seus suportes foram desmitificados, e isso encontrou ressonância em artistas estadunidenses como Roy Lichtenstein (1923-1997), Robert Rauschenberg (1925-2008) e Jasper Johns (1923) este último utilizou objetos do cotidiano como suporte para sua arte já no início dos anos 60. Logo em seguida, passou a fazer pinturas de bandeiras com uso de mapas, números, de alvos, etc. Rauschenberg, por sua vez, desenvolveu nos anos 60 trabalhos com silkscreen, fez uma criação de esculturas utilizando-se de latinhas de cervejas, garrafas de Coca-Cola, colagens e fotografias com recortes de jornais e de revistas, fazendo pinturas que chamou de combine painting (pinturas combinadas) em que mesclava pintura com aplicação de objetos.

O Jovem Andy Warhol (1928-1987) já havia feito uma individual com desenhos seus na Hugo Gallery em 1952, mas foi só no início dos anos 60 que sua carreira ganhou real fôlego e uma originalidade que o associaria diretamente à arte pop mundial, tornando-o, assim, o seu maior expoente. O uso de motivos advindos da área publicitária e da mídia em geral, especialmente seus trabalhos com a lata de sopa de marca Campbell, uso de garrafas de Coca-Cola e principalmente a utilização de rostos famosos como o de Marilyn Monroe, Elvis Presley etc., por meio de reprodução mecânica de serigrafias demarcou um posto irremovível para Andy Warhol na história da arte pop fazendo escola no mundo todo.

Desde então, as representações artísticas que se utilizam de atores e atrizes famosos, em suma, que fazem menção à moda, à mídia, a produtos industrializados, e que faça referência a cultura de massas geralmente são associados à arte pop. 

 

Fontes de pesquisa:

BOCKRIS, Victor.  The life and death of Andy Warhol. Nova York: Bantam Books, 1989.

MASSEY, Anne. The Independent Group: Modernism and Mass Culture in Britain, 1945-59, Manchester University Press, 1995.

MCCARTHY, David. Arte Pop. Tradução Otacílio Nunes. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.