As Religiões Afro Brasileiras
No Brasil, a escravidão colocou em contato as religiões de diferentes povos africanos, que acabaram por assimilar e trocar entre si elementos semelhantes de suas culturas. Assim se sobrepuseram e se fundiram ritos de origem distinta num amálgama comum de que surgiram as religiões afro-brasileiras. O candomblé é uma das religiões afro-brasileiras mais conhecidas em todo o País, sendo seu panteão constituído pelos orixás, inquices e voduns, divindades dos povos ioruba, banto e jeje, respectivamente.
As religiões afro-brasileiras recebem nomes diferentes dependendo do lugar e do modelo de seus ritos. No nordeste há o tambor-de-mina maranhense, o xangô pernambucano e o candomblé baiano. No Rio de janeiro e São Paulo prevalecem a umbanda e o candomblé e no Sul, o batuque gaúcho. Isso evidencia as permanências e transformações africanas nas religiões afro-brasileiras. [...]
De uma perspectiva histórica, todas essas formas de religiosidade foram vistas pelos colonizadores europeus e cristãos como perigosas expressões de idolatria e pecado, a serem extirpadas pela conversão, para garantir aos escravos a salvação de sua alma. Ainda hoje persiste essa visão que associa expressões religiosas afro-brasileiras como o candomblé e a umbanda a ritos demoníacos de feitiçaria.
In: MUSEU AFRO BRASIL. Roteiro de visita ao acervo. São Paulo: 2007, p. 18-20.