Antônio Rafael Pinto Bandeira

(Niterói/RJ, 1863 – Rio de Janeiro/RJ, 1896)

Pintor. Neto de escravos, matriculou-se, aos dezesseis anos, na Academia Imperial de Belas Artes, onde estudou entre 1879 e 1884 e foi aluno de Victor Meireles, Agostinho José da Mota e João Zeferino da Costa, destacando-se por seu desempenho. Participou das exposições gerais de Belas Artes de 1884 a 1890. Já em 1884, ainda aluno, recebeu uma menção honrosa e, em 1885 (ou 1886, segundo José M. dos Reis), conquistou o prêmio Imperatriz do Brasil, na seção de pintura. Em meados de 1886, por indicação de Firmino Monteiro, foi contratado para lecionar desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios de Salvador (BA), onde também expôs na mostra de 1889, ano em que retornou ao Rio de Janeiro. De volta a Niterói, empreendeu esforços para criar uma Escola de Belas Artes, mas não obteve sucesso. Seu suicídio em 1896, aos 33 anos de idade, quando se atirou de uma balsa na baía de Guanabara, é atribuído por alguns autores a esse insucesso profissional, unido à sua personalidade melancólica – muito embora Antônio Parreiras mencione, como motivo preponderante, uma desilusão amorosa causada pelo preconceito racial. Pinto Bandeira se dedicou à natureza-morta, ao retrato e à pintura de gênero, mas se destacou nas paisagens, sendo considerado um dos maiores paisagistas brasileiros do século XIX. Apesar de não ter sido aluno de Georg Grimm, compartilhava com seu grupo a predileção pela pintura ao ar livre. Para José Teixeira Leite, suas paisagens "aproximam-se das de Caron e Vasquez e das de Firmino Monteiro, pela qualidade e pelo colorido", mas se diferenciam pela "grande fidelidade à natureza", contando ainda com harmonia tonal e singeleza. Nos anais da exposição retrospectiva que o Museu Antônio Parreiras (Niterói) lhe dedicou, afirma-se que o artista não se limitou à cópia fidedigna das paisagens que retratou, pois, “paisagista extremamente sensível, fez uso de uma fatura e de um colorido admiráveis", observando a natureza "através de olhos tristes". Em 1950 o Museu Antônio Parreiras exibiu obras suas que pertenceram à sua irmã Julieta Borel Pinto Bandeira na Primeira Exposição Retrospectiva de NiteróI.