(Rio de Janeiro, 1865-1934)
Pintor. Tendo perdido Rafael Frederico perdido o pai durante a infância, sua avó se ofereceu para custear a formação artística do garoto, sob a condição de que ele freqüentasse a Escola Naval. Rafael Frederico, no entanto, recusou a oferta e se matriculou na Academia Imperial de Belas Artes em 1877, com 12 anos de idade. Viveu com a mãe em um casebre no morro de São Januário, em situação material muito precária, entregando-se à confecção de objetos litúrgicos. tendo de interromper seus estudos diversas vezes para garantir o sustento, motivo pelo qual só se formou na Academia na década de 1890. Foi aluno de Vítor Meireles e de Agostinho José da Mota, e destacou-se por seu desempenho e também pelo papel que assumiu em diversas ocasiões como porta-voz dos alunos de sua geração na luta pela reforma do ensino artístico. Na Exposição Geral de Belas Artes de 1893, tornou-se o primeiro pintor negro a obter o prêmio máximo do concurso, o de viagem ao exterior. Como conseqüência, seguiu em 1984 para Paris, onde estudou com Bouveret. Transferiu-se em 1896 para Roma e lá tornou-se amigo de Pedro Campofiorito e trabalhou com Zeferino da Costa na elaboração de cartões para a decoração da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. De volta ao Brasil, continuou pintando e expondo ativamente no Salão Nacional de Belas Artes e passou a lecionar, inclusive no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em 1914, passou a se dedicar integralmente ao magistério e se afastou da produção artística, o que seu amigo Campofiorito atribuiu aos conflitos e intrigas do mundo artístico, embora outros críticos sugiram problemas financeiros como causa. Morreu em 1934, quase esquecido de seus colegas pintores.