Mestre Vitalino (Vitalino Pereira dos Santos)

(Ribeira dos Santos/PE, 1909 – Caruaru/PE, 1963)


Conhecido também por Mestre Vitalino, o artista foi inicialmente um agricultor desde os 9 anos de idade, quando ajudava seu pai na colheita da mamona e do algodão. Sua mãe lhe ensinou a tradição de fazer bichinhos e louças em miniaturas para serem vendidas da feira. Entre as representações de sua preferência havia a figura do trabalhador do campo, figuras de retirantes, cenas da vida, agrária ou urbana, cotidiana ou ritualística. Suas retratações atingem uma grande diversidade temática: casamento, nascimento, morte, músicos, cangaceiros, bois... E quando o artista atinge uma certa popularidade, muda-se para Caruaru (PE) onde inclui em sua temática retratos de cenas urbanas que abrangem desde consultórios médicos e de dentistas até estações de rádio e parques de diversões.   Segundo a pesquisadora Lélia Coelho Frota “as primeiras figuras isoladas não levavam assinatura. Depois, no reverso de grandes grupos, ele escreve suas iniciais a lápis: V.P.S. É só em 1947 que utiliza carimbo com essas iniciais, para finalmente, em 1949, imprimir seu nome nas composições.”(FROTA, 2005, p.412)

Mestre Vitalino é um dos artistas populares que mais difundiu sua obra pelos museus a fora. Podem-se observar peças dele no Museu do Homem do Nordeste, no recife. Museu Castro Maya (Rio de Janeiro), Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), Museu Casa do Pontal. Há também uma galeria em sua homenagem organizada pela Coordenadoria Nacional de Folclore e Cultura Popular do Iphan. Seus filhos Amaro, Manuel e Maria e Antônio deram continuidade à arte do Mestre. Mas também, Silvio, Vitalino e José, que são seus netos, exercem atualmente este mesmo legado do avô que morreu no início dos anos 60 após ter contraído a doença hoje mundialmente extinta, a Varíola.