(Salvador/BA, 1758? - 1847)
Pintor, dourador e encarnador. Alforriado. Obteve sua formação artística inicial com José Joaquim da Rocha, dourando molduras, encarnando imagens e eventualmente pintando detalhes menores em painéis. Em 1793, pintou painéis na capela da antiga Sé de Salvador. Reconhecendo seu talento artístico, o mestre Joaquim da Rocha decidiu enviá-lo em 1794, às suas próprias expensas, para estudar em Portugal, onde Teófilo de Jesus frequentou a Escola de Belas Artes e foi marcado pela obra de Pedro Alexandrino de Carvalho. Retornou a Salvador em 1801, onde veio a substituir seu mestre, falecido em 1807, em trabalhos de decoração de igrejas, especialmente na Bahia e em Sergipe. Morreu em 1847 em decorrência das sequelas de uma queda do andaime, ocorrida quando pintava o teto da igreja da Divina Pastora, em São Cristóvão, Sergipe. Sua obra é numerosa e constitui-se, para além dos trabalhos como dourador e encarnador, de painéis decorativos e pinturas de teto em diversas igrejas e de pinturas de cavalete. É considerado o maior pintor ativo na Bahia na primeira metade do século XIX. Nos tetos, empregou a técnica da perspectiva ilusionista, ao gosto barroco, embora não tenha sido um mestre no gênero. Para Carlos Ott, destacou-se especialmente nas obras de cavalete, com as quais "sentia-se mais à vontade". Mário de Andrade indicou as "composições bem equilibradas" como um traço do artista. Para José Teixeira Leite, "sua obra, em que se casam um desenho ágil e um colorido delicado a uma execução segura, representa uma curiosa transição entre elementos estilísticos remontando ainda ao Barroco e ao Rococó de seu velho mestre José Joaquim da Rocha, e outros, já preludiando o Neoclassicismo".