(Laranjeiras/SE, 1853 – Paris/França, 1890)

Pintor. Autodidata, começou a esculpir e pintar durante a juventude em sua cidade natal de Laranjeiras, longe dos grandes centros artísticos do país. Sem instrução formal, teve orientação de um certo Mestre Torquato. Produziu imagens de santos na tradição barroca popular e realizou retratos com os quais impressionou a elite política sergipana, o que lhe rendeu uma bolsa de estudos concedida pelo governo provincial. Horácio Hora optou por estudar em Paris e ingressou em 1875 na Escola Municipal de Desenho e Escultura, dirigida por Justin Lequien. É possível que também tenha sido pupilo de Alexandre Cabanel. Retornou ao Brasil em 1881, realizando exposições em Aracaju e Salvador. Tentou viver da produção artística em sua terra natal, mas encontrou obstáculos devido às condições sócio-econômicas e culturais da província. Mais tarde, em Paris, veio a se queixar da mentalidade provincial: "Em minha terra, estou transformado em máquina." Apesar de ter encontrado boa receptividade na Academia de Belas Artes da Bahia, que lhe concedeu um diploma de Acadêmico de Mérito e Membro Correspondente, retornou a Paris em 1884 para dar continuidade aos estudos. Faleceu em 1890, aos 37 anos de idade, durante essa segunda estadia na Europa – conduzido à miséria, à moda romântica, pela paixão por uma engomadeira. Começou a expor no Salão de Paris já desde sua primeira estadia européia e obteve lá uma medalha de bronze e três de prata. No Brasil, realizou exposições em Aracaju e na Bahia, incluindo uma exposição individual em 1884 em Salvador. Praticou a aquarela e a pintura a óleo em gêneros variados, como a alegoria, a natureza-morta, o retrato, a pintura histórica e a paisagem. A historiadora Maria Thetis Nunes o considerou "um dos poucos pintores românticos no Brasil e possivelmente o maior deles", tendência manifesta em sua obra mais célebre, Pery e Cecy. Para Luiz Antonio Barreto, "é depois dele que Sergipe tem uma arte definida, na sequência de tempo e da estética, renovando as linguagens".