(Rio de Janeiro/RJ, 1898-1966)
Compositor, músico e pintor, mas também marceneiro, sapateiro e alfaiate. Viver para ele era prazer; por isso fazia muito bem de tudo um pouco. Filho do berço do samba carioca, começou a compor aos 14 anos de idade e era encontrado com freqüência nas rodas de samba na casa da Tia Ciata. Ele próprio vinha de uma família de músicos – seu pai foi clarinetista da Banda da Guarda Nacional. O artista multifacetado Heitor dos Prazeres está fundamentalmente ligado também ao nascimento das Escolas de Samba da Mangueira e da Portela. Tocava piano, violão e cavaquinho e, em parceria com Noel Rosa, compôs Pierrot Apaixonado, famosa marcha carnavalesca de 1935. Iniciou suas atividades como pintor autodidata a partir de 1937. Criou ele próprio a tinta guache com a qual pintava, mas posteriormente passou a empregar a tinta a óleo. Na década de 1950, já pintava os temas que caracterizariam sua obra: a roça, a festa, o samba, a boemia e o candomblé. Como disse seu filho “Heitorzinho”, também músico, poeta e pintor, no começo ele queria apenas “enfeitar as paredes de seu quarto e ilustrar suas próprias partituras”. Foi muito mais longe. Além das cerca de 30 exposições coletivas, dentre as quais a Mostra do Redescobrimento (São Paulo, 2000) e Negras memórias, memórias de negros (Palácio das Artes, Belo Horizonte/MG, 2003) participou de 13 exposições individuais até 2005, seis delas póstumas – incluindo uma mostra na França e na Itália, ambas em 1984. Integrou, em 1943, a mostra em homenagem à Real Força Aérea Britânica em Londres (Inglaterra). Em 1951, ganhou o Prêmio Aquisição na I Bienal de Artes de São Paulo, com a obra A Moenda, atualmente integrada ao acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade São Paulo. Na II Bienal, em 1953, teve uma Sala Especial, com curadoria de Sergio Milliet.