G.T.O. (Geraldo Teles de Oliveira)

(Itapecirica/MG, 1913 – Divinópolis/MG, 1990).

Escultor. Passou a infância e a juventude em Divinópolis. Em 1941, aos 28 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como moldador, funileiro e fundidor. Retornou a Divinópolis em 1951 e trabalhou como vigia noturno. Seu primeiro trabalho escultórico data de 1965, quando o artista contava 52 anos de idade, e, segundo ele próprio, foi inspirado por um sonho. Foi revelado pelo arquiteto mineiro Aristides Salgado e, a partir de então, obteve reconhecimento nacional e internacional. Criou-se em torno dele uma oficina artística familiar, na qual se formaram seu filho, Mário Teles, e seu neto, Geraldo Fernandes Oliveira. Realizou exposições individuais em Belo Horizonte (1967), no Rio de Janeiro (1968) e em Salvador (1973). Além disso, participou da Bienal de São Paulo (1969 e 1971), do Salão de Arte Contemporânea Nacional, em Belo Horizonte (1969, 1970 e 1972), do Salão de Belas-Artes das Olimpíadas do Exército, em Belo Horizonte, onde obteve medalha de ouro (1970), da Trienal de Bratislava, na Tchecoslováquia (1970), da Coletiva de Arte Popular, no Rio de Janeiro (1972), da Biennale Formes Humaine, em Paris (1974) e da Bienal de Veneza (1980). Clarival do Prado Valladares identificou semelhanças entre suas esculturas e os relevos vazados africanos, sobretudo nigerianos, e as levou para o II Festival Mundial de Artes e Cultura Negra e Africana, em Lagos (1977). Sua obra é composta por esculturas em madeira, consistindo normalmente em conjuntos de figuras humanas sobrepostas em formas geométricas. Conforme Harry Laus, “diz GTO que esculpe o que sonhou. É possível que daí venha o caráter fantástico de seus trabalhos, mas seus sonhos não apagam os traços populares dos personagens e suas roupas, mantendo, inclusive, reminiscências dos ex-votos”. Lélia Coelho Frota observou uma “emulação entre abstração e figura na construção da sua linguagem plástica. A multiplicidade de elementos figurais resulta numa trama uníssona que as absorve no ritmo dos cheios e vazados.” Para a crítica, a sobreposição das figuras em diferentes orientações, formando “elos infinitos”, sugere ambivalências e inversões de opostos.

Personalidades Relacionadas

Mário Pereira Teles
(1942)
Escultor e funcionário público. Filho de GTO, com quem seu estilo guarda relações, mas também se diferencia pela maior linearidade.

Geraldo Fernandes de Oliveira
(1983)
Escultor mineiro. Neto de G.T.O., deu continuidade à obra do avô e ajudou a preservá-la no Museu GTO.

Clarival do Prado Valladares
(1918-1983)
Crítico e historiador da arte nascido em Salvador, escreveu no Jornal do Brasil e editou os Cadernos Brasileiros.

Lélia Coelho Frota
(1937-2010)
Antropóloga e crítica de arte, especialista na arte popular brasileira.