(Crateús/CE, 1962)
Xilogravurista. Filho de pai ourives e mãe bordadeira e neto de avó rendeira, começou a desenhar cedo observando o pai. Mudou-se para Fortaleza aos 15 anos e estudou xilogravura com Sebastião de Paula. Posteriormente, frequentou cursos de pintura na Universidade Federal do Ceará e na Universidade de Fortaleza. Participou de exposições em Fortaleza, em Sobral, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, na Argentina e na Espanha, com destaque para sua participação no Panorama da Arte Brasileira do MAM, em São Paulo (2005), na Bienal de Valência, em 2007, e na VII Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2009). Embora tenha produzido pinturas no início de sua carreira, especializou-se posteriormente na xilogravura, inclusive realizando experimentos técnicos, como aqueles orientados para a produção de obras de grandes dimensões e para a elaboração de xilogravuras fragmentadas, permitindo a realização de inúmeras obras usando variações de uma mesma matriz. Sua produção se debruça principalmente sobre a religiosidade nordestina. Sobre o artista, afirmou o crítico Pedro Costa: “Desenho e pintura foram [...] submetidos à hierarquia da produção da gravura. O desenho anunciando o rastro das goivas e a escala incomum de suas pranchas. A entintagem das matrizes tornou-se pintura, provindo daí as matrizes objetos, as matrizes pintadas. O trato com essas matrizes; seus infinitos efeitos de gravação, entintagem e impressão; sua permanente reutilização e arranjos vão fazer de Francisco de Almeida um pesquisador-artesão, um gravador por excelência”.