(Rio de Janeiro/RJ, 1855 – Niterói/RJ, 1888)
Pintor. Teve uma juventude pobre e exerceu as profissões de encadernador, caixeiro e tipógrafo antes de se matricular aos 18 anos na Academia Imperial de Belas Artes, onde estudou com Victor Meireles, Agostinho José da Mota, Antônio de Pádua e Castro e João Zeferino da Costa. Em 1880, obteve auxílio financeiro do imperador Pedro II para estudar na Europa. Permaneceu lá apenas durante alguns meses, mas repetiu a experiência em 1885 e 1887. Lecionou na Escola de Belas Artes da Bahia e no Liceu de Artes e Ofícios de Salvador. Participou da Exposição Geral de Belas Artes, nas edições de 1879 (quando conquistou a segunda medalha de ouro), 1882, 1884 (em que recebeu do imperador o título honorífico imperial da Ordem da Rosa), 1885 e 1887. Destacou-se primeiramente nas paisagens, que pintava ao ar livre de forma bastante pioneira, antes da chegada de Georg Grimm ao Brasil. Suas obras nesse gênero, segundo o crítico José Teixeira Leite, revelam uma "bem cuidada perspectiva e perfeita integração dos planos" e mostram-se "cheias de lirismo e dominadas por funda nota de melancolia, por alguma ancestral, mal dissimulada, tristeza. Nostálgicas, mas sem descambar para o sentimental, superiormente resolvidas no que respeita a cor, desenho, textura, composição". Para Duque Estrada, eram "feitas com um sentimento finamente melancólico, algumas de uma suavidade apaixonada e saudosa, outras ásperas, secas, vencidas pela soalheira de dezembro". No final da vida, dedicou-se à pintura religiosa e histórica, gênero no qual não obteve grande reconhecimento – o que Gonzaga Duque e José Teixeira Leite atribuíram a um estudo imperfeito da anatomia humana. Contudo, para Caren Meghreblian, suas telas históricas tinham um olhar inovador sobre os sujeitos históricos, retratando o protagonismo de pessoas comuns, sem a pompa idealizada comum ao gênero. O município de Niterói encomendou-lhe uma grande tela sobre a abolição da escravidão, mas Antonio Firmino faleceu antes de concluí-la.