(São Paulo/SP, 1932)
Artista intermídia. Estudou Engenharia Têxtil nos EUA entre 1947 e 1952, sem concluir o curso. De volta ao Brasil, iniciou sua formação artística na pintura abstrata, com Joan Ponç (em 1956) e Samson Flexor (em 1958). Passou a empregar objetos e materiais industriais a partir de 1960, praticando a apropriação e a seriação. Em 1966, juntamente com Geraldo de Barros e Wesley Duke Lee, entre outros, participou da fundação do Grupo Rex, que durou apenas um ano e se encerrou com Exposição Não-Exposição, na qual Leirner convidou o público a arrancar suas obras das paredes e levá-las embora. Envolveu-se ainda em vários outros episódios polêmicos ao longo de sua carreira. Passou a produzir múltiplos e a utilizar o outdoor como suporte. Lecionou na FAAP de 1977 a 1997, quando se mudou para o Rio de Janeiro e coordenou o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage até 1998. Realizou diversas exposições individuais desde 1961 em várias capitais brasileiras (especialmente São Paulo e Rio de Janeiro), nos EUA, em Portugal, na França e na Espanha. Entre as exposições coletivas de que participou, destacam-se o Salão Paulista de Arte Moderna (diversas edições entre 1958 a 1968, obtendo em 1963 a medalha de prata), o Salão Nacional de Arte Moderna (1959, 1962 e 1963), o Salão Nacional de Artes Plásticas (1998) e as Bienais Internacionais de São Paulo (1963, 1965, 1967 – quando obteve o Prêmio Itamaraty –, 1989 e 2002), Tóquio (1967), Veneza (1999), Liverpool (2002) e Valência (2007). Obteve o Prêmio Johnny Walker de Arte Contemporânea em 1998, o prêmio Trajetória de um Artista da Associação Brasileira de Críticos de Arte em 2007 e a homenagem Artista Referência do Instituto Cultural Itaú em 2009. Para Teixeira Coelho, “Leiner é o mestre da ironia”. Conforme roteiro elaborado pelo MAC, o “elemento de provocação é frequente em sua trajetória, bem como o desejo de participação do espectador na produção da obra artística, contestando assim os valores e códigos tradicionais da arte e desmistificando a natureza do artista e de seu fazer artesanal. [...] Leirner se volta principalmente para a discussão da arte e suas relações com a indústria, que produz simulacros das mais variadas imagens do mundo, utilizando objetos kitsch, banalizando e equalizando seus significados iniciais.”