(Dantzig/Alemanha [atual Gdansk/Polônia], 1817 ou 1818 Berlim/Alemanha, 1868 ou 1869)
Pintor e desenhista alemão. Hildebrandt recebeu suas primeiras lições artísticas de seu pai. Ainda jovem, em 1837, mudou-se de Dantzig para Berlim, chegando a visitar alguns estúdios de pintores. Apesar de ter nascido em família pobre, estudou em Berlim entre 1838 e 1840, quando realizou uma viagem de estudos para a ilha de Ruegen, onde descobriu a paisagem da costa do Mar Báltico alemão, utilizando-a como tema para suas pinturas. Visitou ainda a Escandinávia, a Inglaterra e a Escócia com o propósito de conhecer o entorno da costa do mar do norte. Após seu retorno, foi trabalhar no estúdio do pintor de temas marinhos William Krause, que lhe recomendou uma viagem à França. Em 1842, fixou-se em Paris para estudos, sendo influenciado pelo detalhismo de Jean-Baptiste Isabey, de quem foi aluno. Em 1843, participou da Exposição do Salão de Paris com uma pintura de gênero, com a qual foi premiado com medalha de ouro. Voltou a Berlim neste mesmo ano. Em 1844, recomendado por Alexander Von Humboldt, obteve um prêmio de viagem, financiado pelo imperador da Prússia Frederico Guilherme IV, que o levou ao Brasil entre março e outubro desse mesmo ano. Visitou o Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife, de onde partiu posteriormente para os EUA. Durante sua estadia no Brasil, produziu cerca de 170 aquarelas e desenhos (pertencentes ao Museu de Berlim), a maior parte retratando paisagens naturais, fauna e flora, tipos humanos e vistas citadinas. A viagem às Américas foi decisiva na vida artística de Hildebrandt, pois houve uma diminuição significativa da produção de paisagens marítimas, substituídas então por pinturas de paisagens, com a utilização do contraste e vigorosos efeitos de sombra. Ao retornar à Europa, seus esboços e desenhos serviram para criação de aquarelas e pinturas a óleo, muitas delas posteriormente compradas pela realeza. Em 1845, foi nomeado membro da Academia de Belas Artes de Berlim. Pouco depois, foi nomeado pintor da corte, o que lhe permitiu viajar, em 1848, de Londres para Funchal, na Ilha de Madeira, aproveitando a oportunidade para fazer um cruzeiro ao longo da Costa Ocidental Africana. Sabe-se que Hildebrandt visitou Palmas de Gran Canaria (as Ilhas Canárias) e passou pela Espanha e Portugal para finalmente retornar a Berlim, em 1849. Foi uma viagem bastante prolífica, pois rendeu mais de 200 aquarelas, compradas em sua quase totalidade pelo imperador da Prússia. Na “Berliner Kunstausstellung” (Exposição de Belas Artes de Berlin) o artista concorreu com suas telas “Um olhar sobre o mar” e “Entardecer em Madeira”, com as quais recebeu medalha de ouro. Novamente patrocinado pelo imperador prussiano, realizou, entre 1851 e 1864, uma série de viagens para outros países, entre os quais Grécia, Turquia, Egito, Palestina, Escandinávia, Índia, China e Japão. Pintou obras referentes a estes países (compradas também pelo Imperador prussiano e pelo Czar Nicolau I da Rússia), acumulando farto volume de trabalho e usando esse material para compor a obra Viagem à Volta do Mundo, publicada em 1867. Fez ainda outra viagem promovida pela corte prussiana nas montanhas Suíças, na Áustria e na Itália. Participou de exposições individuais e coletivas, onde apresentou suas obras de viagem. É considerado um dos grandes paisagistas alemães do século XIX. Boa Parte de sua obra encontra-se hoje depositadas no Staatlich Musee de Berlim.