(Rio de Janeiro/RJ, 1843-1923)
Fotógrafo. Filho de Zeferino Ferrez e sobrinho do escultor Marc Ferrez, ficou órfão aos 8 anos de idade e viveu em Paris entre 1855 e 1859 sob os cuidados de Alphée Dubois. De volta ao Rio de Janeiro, trabalhou no ateliê Casa Leutzinger, onde aprendeu fotografia com Franz Keller. Em 1865, abriu um estúdio fotográfico próprio no Rio de Janeiro, chamado Marc Ferrez & Cia. Especializou-se na fotografia de vistas, paisagens e navios; tornando-se fotógrafo da Marinha Imperial. Entre 1875 e 1876, depois de um incêndio que destruiu seu estúdio, participou da expedição científica chefiada por Charles Hartt, quando fotografou de forma pioneira os índios botocudos na Bahia. Em outras viagens, fotografou ainda as províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Ceará, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ferrez acompanhou de perto as inovações na técnica fotográfica. Mandou construir em Paris e aperfeiçoou o primeiro aparelho fotográfico panorâmico do mundo. Em 1907, inaugurou no Rio de Janeiro o cinema Pathé e produziu diversos filmes. Em 1912, introduziu no Brasil os autocromos de Lumière, que produziam chapas em cores. Representou o Brasil nas Exposições Mundiais de Viena (Áustria, 1873), Filadélfia (EUA, 1876), Paris (França, 1878 e 1889) e St. Louis (EUA, 1904), participando ainda de outras exposições no Rio de Janeiro, São Paulo e Buenos Aires. Conquistou medalhas de ouro nas Exposições Mundiais de 1876 e 1878 e na Exposição Geral da Academia Imperial de Belas Artes de 1879, além do Grande Prêmio na Exposição do Brasil de 1881. Em 1885, recebeu de D. Pedro II o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa. Sua vasta obra inclui fotografias das regiões que visitou, nas quais registrou vistas urbanas, fazendas, costumes locais, tribos indígenas, obras públicas, navios, equipamentos industriais, quadros de arte e diversos outros temas. Para Emanoel Araujo, foi “o mais extraordinário fotógrafo de seu tempo”. Para Gilberto Ferrez, “era, antes de tudo, um artista. Ao escolher um assunto, ainda que puramente documental, procurava um ângulo visual novo, original, e compunham um ‘quadro’ com diversos planos para dar a impressão de profundidade, de atmosfera [...]”, conjugando “um artista e um técnico, ambos dominados pela mesma ânsia de perfeição."