---cópia.jpg?sfvrsn=2 "Autorretrato (1834) - Cópia")
(Paris/França, 1768-1848) Pintor, desenhista, decorador e professor. Foi primo de François Boucher e Jacques-Louis David, com quem iniciou sua formação artística. Estudou na Academia de Belas Artes da França a partir de 1775, obtendo em 1791 o segundo prêmio de Roma na pintura. Estudou ainda Engenharia na Escola Politécnica, onde posteriormente lecionou desenho. Voltando à pintura, atuou como decorador e participou do Salão de Paris entre 1798, quando obteve o segundo prêmio, e 1814. Após 1806, devido a sua afinidade com Napoleão Bonaparte, produziu grandes telas oficiais de temática napoleônica. Com a queda de Napoleão em 1815, somada à morte do único filho do artista, decidiu participar da Missão Francesa ao Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 1816. Realizou serviços de decoração, cenografia e ornamentação para eventos oficiais da corte e foi professor de pintura histórica da Escola Real de Artes e Ofícios, posteriormente designada Academia Imperial de Belas Artes. Enfrentou dificuldades e antagonismo por parte de membros portugueses da Academia, contrários aos pintores franceses, mas conseguiu estabelecer turmas regulares a partir de 1826 e foi responsável por organizar, em 1829, a primeira exposição pública da Academia, cujo catálogo foi custeado por ele próprio. Exerceu papel importante na formação da primeira geração de pintores acadêmicos brasileiros, entre os quais se destacou seu discípulo Manuel de Araújo Porto-alegre, Voltou à França em 1831 e reuniu desenhos e anotações feitas durante a estadia no Brasil para publicar, entre 1834 e 1839, sua Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, que incluía vistas do Rio de Janeiro e imagens de tipos e costumes indígenas, da corte e da população carioca. Para José Teixeira Leite, "como pintor, Debret não chega a entusiasmar: sua pintura é algo dura, convencional ao extremo". O artista se destaca mais pelas gravuras de sua Viagem pitoresca, retratos da vida cotidiana e "verdadeiros flagrantes do Rio de Janeiro", para Raimundo de Castro Maia. Heloísa Lima ressalta uma representação algo ambígua dos negros brasileiros pelo artista, valorizando uma economia racional e o empreendedorismo dos libertos, mas sem criticar frontalmente o sistema escravista.