Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro



Fundada ainda no período imperial, em 1889/90 recebeu a denominação republicana de Escola Nacional de Belas Artes (para distingui-la da antiga denominação de Academia Imperial de Belas Artes, instituição que funcionava desde os primeiros anos da Independência brasileira, mas que só a partir da década de 1840, com auxílios financeiros dados por D. Pedro II ampliou efetivamente suas atividades).

Inspirados na Académie Julian, de Paris, figuras como Henrique Bernardelli (1858 - 1936), Rodolfo Bernardelli (1852 - 1931), Rodolfo Amoedo (1857 - 1941) e Zeferino da Costa (1840 - 1915) entre outros, propõem a alteração do Estatuto da Escola dando ênfase nos estudos acadêmicos de arte e reforçando a necessidade dos estudos no exterior com a regularização das bolsas de viagem, que haviam sido suspensas nos períodos imediatamente anteriores à Proclamação da República.

As Exposições Gerais de Belas artes continuaram suas atividades, no entanto, o Impulso para a modernização da Escola contrariado por uma movimentação interna de professores ligados à família Real e aos valores positivistas resultou num período de transição longo. Foi apenas por volta do fim dos anos de 1920 e em especial, com o fim do Conselho Superior de Belas Artes (setor mais conservador da Instituição) e ainda com a nomeação do arquiteto Lúcio Costa (1902-1998) na direção da Escola, finalmente o projeto de modernização tem um grande impulso. Mesmo após a sua demissão, professores alinhados aos novos ideais são contratados, modificando, por fim, todas as estruturas antigas da organização. Em 1933 as Exposições Gerais passam a se chamar Salões Nacionais de Belas Artes, tendo como parte da comissão, figuras tarimbadas do modernismo brasileiro, tais como Anita Malfatti (1889 - 1964),  Cândido Portinari (1903 - 1962), Manuel Bandeira (1886 - 1968), entre outros. Outro fato que modificou a Escola definitivamente foi a criação do Núcleo Bernadelli que, a partir de 1931, criou nos porões da Escola Nacional de Belas Artes uma alternativa ao modelo de ensino congregando em torno dos irmãos Henrique e Rodolfo Bernadelli figuras de gênio excepcionais como Ado Malagoli (1906 — 1994), ingressante desde 1928, Joaquim Albuquerque Tenreiro  (1906 —1992) ingressante desde 1931, Quirino Campofiorito (1902—1993) ingressante desde 1920, José Pancetti  (1902 — 1958) ingressante desde 1933, entre outros.

Dentre os pintores negros que estudaram na Escola Nacional de Belas Artes destacamos Arthur Timótheo, que foi aluno livre de lá, a partir de 1894, exatamente no período de ebulição e conflito entre os modernistas e positivistas. Tendo estudado com Zeferino da Costa (1840-1915), Rodolfo Amoedo (1857-1941) e Henrique Bernardelli (1858-1936) o artista chegou lá aos doze anos, junto de seu irmão João Timótheo, de quinze anos. Ambos trabalhavam na Casa da Moeda como aprendiz de desenho de moedas e selos, nesse mesmo ano de 1894, apoiados pelo mecenas e diretor da Casa da Moeda Enes de Souza, os irmãos são incentivados a estudar na Escola Nacional de Belas Artes.

A Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) teve seu período de atividades entre (1889/90 a 1965) Em 1931 passou a integrar-se à Universidade Federal do Rio de Janeiro e, em 1937, a Universidade do Brasil. Desde 1965 foi rebatizada com o nome Escola de Belas Artes (EBA).