Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia



Instituição fundada em 17 de dezembro de 1877 a partir da Academia de Belas Artes da Bahia, foi fruto em grande parte do esforço do professor pintor espanhol Miguel Navarro y Cañizares (1834-1913). Como tinha conquistado excelência sendo aluno da Escuela de Bellas Artes de San Carlos de Valencia, na Espanha, ao chegar ao Brasil assumiu a cadeira de professor do  Liceu de Artes e Ofícios da Bahia em 28 de maio de 1876. No ano seguinte, vai buscar apoio no governo da província e o encontra na figura do então Presidente da Província da Bahia e também Desembargador Henrique Pereira de Lucena (1835 — 1913) (mais tarde Barão de Lucena), Miguel Cañizares criou a Academia de artes na Bahia. O pintor espanhol permaneceu na Bahia por cerca de 5 anos, passando a residir no Rio de Janeiro de 1882 a 1913, quando veio a falecer.

Dentre os artistas e estudantes provenientes do Liceu de Artes e Oficios da Bahia com quem Miguel Cañizares obteve apoio estava o jovem negro Manoel Raymundo Querino (1851-1923), então com vinte e seis anos e ex-aluno do Liceu da Bahia; além do pintor mais velho e ex-professor do Liceu da Bahia João Francisco Lopes Rodrigues (1825 - 1893), que foi assistente do pintor negro José Teófilo de Jesus. 

Destacamos entre os artistas com obras no acervo do museu que estudaram nessa instituição o próprio fundador e diretor  do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo (1940), tendo estudado gravura ali com Henrique Oswald (1918-1965) que aceitava alunos não inscritos na universidade, como Emanoel Araujo; entre outros que passaram pela instituição temos, Rubem Valentim (1922– 1991) que também frequentou a Escola de Belas Artes da Bahia desde o ginásio e Yêdamaria (1932-2016) que, enquanto aluna, recebeu em 1956 o prêmio Menção Honrosa no Salão Baiano de Artes Plásticas.