As Vidas da Natureza-Morta

  • Sidney Amaral, Os chinelos da Mara, 2001, bonze polido (detalhe)
  • Estevão Roberto da Silva, Sem tíyulo, 1881, óleo sobre tela (detalhe)
  • Antonio Pulquério, Para Reis e Rainhas, cerâmica (detalhe)
  • Ana Dias Batista e João Loureiro, Economia Doméstica: Miolos, 2022. impressão digital (detalhe)

Museu Afro Brasil Emanoel Araujo inaugura a exposição "As Vidas da Natureza-Morta"

Na maior mostra do gênero no país, o curador Claudinei Roberto da Silva observa a sensível eloquência de objetos inanimados

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura neste sábado, 13 de abril, a partir das 11h, a exposição “As Vidas da Natureza-Morta”, que possui o objetivo de provocar uma reflexão extensa e contemporânea sobre as artes plásticas, a partir do gênero artístico natureza-morta, que retrata objetos inanimados.

Com  mais de 300 obras e entrada grátis na inauguração, a mostra aborda diversas referências de natureza-morta, a partir da produção de artistas brasileiros e estrangeiros do século XIX até a atualidade. O curador Claudinei Roberto da Silva partiu do acervo da instituição, contando com obras de outras instituições culturais do país, além de contribuições de artistas e colecionadores.

Segundo o curador, “desvelando os entrelaçamentos entre estética, política e a vida cotidiana, o gênero natureza-morta, presente na história da arte do Ocidente desde pelo menos o século XVII, continua relevante, servindo de ensejo para as especulações artísticas contemporâneas.” 

A mostra é composta por  61 artistas acadêmicos, populares, modernos e contemporâneos. Dentre eles, cabe mencionar o artista negro Estevão Silva, que morreu no Rio de Janeiro em 1891 e conferiu expressão ao gênero. Também estão presentes nas obras os artistas Aldemir Martins, Alina Okinaka, Ana Luiza Dias Batista, Anita Malfatti, Antonio Pulquério, Carlos Scliar, Yêdamaria, Juniara Alburquerque e Mariana Martins. 

Além da abertura da exposição, o público poderá acompanhar, a partir das 14h, uma oficina gratuita intitulada 'Imagens Que Contam Histórias', conduzida por Mafuane Oliveira, e que incluirá atividades como ‘Observação Lúdica’, ‘Reprodução de Desenhos’ e ‘Roda de Partilha’. No encontro, a contadora de histórias terá como ponto de partida o acervo da mostra 'As Vidas da Natureza-Morta' para explorar artistas e suas obras, desde os clássicos até os contemporâneos, além de mergulhar no fascinante mundo da natureza-morta, que retrata objetos inanimados, como frutas, flores e utensílios. 

Sobre Claudinei Roberto da Silva
Claudinei Roberto da Silva (professor, curador, artista visual) nasceu em 1963 em São Paulo, onde vive e trabalha. Formado em Educação Artística pelo Departamento de Artes da Universidade de São Paulo. Como curador realizou, entre outras, a exposição do artista Sidney Amaral “O Banzo, o Amor e a Cozinha”, no Museu Afro Brasil, a “13ª Bienal Naïfs do Brasil”, no Sesc Piracicaba e a série “Pretatitude. Insurgências, emergências e afirmações. Arte afro-brasileira contemporânea” em várias unidades do Sesc São Paulo. Também contribuiu como curador convidado para o projeto de “Pesquisa MAC USP Processos Curatoriais - Curadoria Crítica e Estudos Decoloniais em Artes Visuais: Diásporas Africanas nas Américas”. Coordenou o Núcleo Educativo do Museu Afro Brasil e é curador convidado da instituição para o ano de 2023. É também curador convidado para o “Programa de orientação em artes visuais POPAV”, do Centro de Pesquisa e Formação CPF SESC - São Paulo, no mesmo ano. Curador do 37º Panorama das Artes do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2022-2023), faz parte do Conselho Curatorial da referida instituição. Enquanto artista, tem obras no acervo do Museu Nacional de Cultura Afro-brasileira - MUNCAB, em Salvador, Bahia.

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo (1940-2022), o museu é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias.

SERVIÇO:
Abertura da Exposição:
Sábado, 13 de abril de 2024, 11 horas, com entrada grátis neste dia.