(1945)
Sendo um dos artistas mais representativos no campo da arte experimental brasileira, Artur Barrio nasce na cidade de Porto, Portugal. É com apenas 10 anos de idade que chega ao Brasil e passa a viver na cidade do Rio de Janeiro. Durante o início da década de 1960, o artista frequenta a Escola Nacional de Belas Artes-Enba. Mas já neste período realiza experiências que questionam as linguagens artísticas tradicionais, seja na criação de seus ‘cadernos livres’, onde o artista constrói registros e anotações, seja na utilização de materiais orgânicos, como sangue, urina e lixo. Em 1969, Barrio realiza as ‘Situações’, intervenções efêmeras no espaço urbano de grande impacto, especialmente por seu caráter de insubordinação aos espaços institucionais e de contestação aos limites impostos tanto pela configuração do cenário artístico, quanto pela situação social e política do período. Inúmeras ações realizadas pelo artista multimídia marcaram profundamente a história da arte brasileira, dentre elas a participação na mostra coletiva Do Corpo à Terra, realizada em 1970, onde o artista arremessa ao rio Arrudas, em Belo Horizonte, 14 trouxas amarradas com carne , sangue e ossos. Distantes do grande público, estas ações são conhecidas pelos registros que Barrio realizava por meio de fotografias, filmes em Super-8 e por seus cadernos e livros. Após uma repercussão internacional, estes registros participaram da mostra Information, realizada no MoMa, em Nova Iorque. Em 1974, o artista retorna a Portugal durante a Revolução dos Cravos, neste período realiza projetos tanto no país lusitano, quanto em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1975, o artista muda-se pra Paris onde criará a obra Livro Carne (1977) adquirida pelo Centre Georges Pompidou, junto a seus cadernos de registros e livros de artista. O destaque internacional dos trabalhos de Barrio se deu já na década de 1970, no entanto, é a partir da década de 1980 que o artista inicia suas inúmeras participações na Bienal de São Paulo, a última em 2010. Barrio já participou da Documenta 11, em Kassel, Alemanha e realizou uma mostra individual na Pinacoteca de São Paulo, ambas em 2002. Em 2011, o artista é o único representante do Brasil na Bienal de Veneza, e neste mesmo ano recebe o Prêmio Velázques de Artes Plásticas na Espanha.