“Senhores!

Nestes seis meses de emoções, de lutas, de contato direto com o espírito das multidões, eu sinto, eu vejo a República rediviva: o inimigo vai perdendo, no choque e na marcha vitoriosa das ideias todas as cidadelas; o povo brasileiro, esse grande paciente insensível e tutelado, se levanta e já compreendeu que o Brasil lhe pertence; as velhas máquinas da compreensão se desconjuntam e se despedaçam aos primeiros atritos da opinião pública!

(...)

Não é mais licito negar as conquistas assinaladas do espírito público e que nos estão impondo cada dia uma legitimação mais humana e mais liberal, em benefício dos trabalhadores!

Não é mais possível nenhum governo brasileiro deixar de respeitar, dentro da ordem, a liberdade operária, em toda a amplitude da nossa Constituição, como não é mais possível deixar de ver, nos dias de hoje, ao lado da velha Economia Política de ontem, uma nova Economia Social a disciplinar centenas de instituições, de ideias e de forças até aqui inertes e ignoradas.” 

Trechos do “Manifesto ao Povo Paulista”, escrito por ocasião da candidatura de Nilo Peçanha à presidência da República, em 1922.
 

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