Dona Zica

Euzébia Silva de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ - 6 de fevereiro de 1913 – 22 de janeiro de 2003).

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Em 2013 foi comemorado o centenário de nascimento de Euzébia Silva de Oliveira, a gloriosa sambista mangueirense conhecida como Dona Zica. Nascida no bairro de Piedade, Dona Zica mudou-se ainda pequena com a família para o morro da Mangueira, onde foi uma das primeiras integrantes da tradicional Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, tendo participado do primeiro desfile da agremiação, em 1928. 
Do seu primeiro casamento, Dona Zica teve cinco filhos. Ficou viúva em 1952 e doze anos mais tarde, em outubro de 1964, casou-se com o sambista Cartola (Agenor de Oliveira), um dos fundadores da Escola. Zica foi a pessoa responsável por trazer o compositor de volta para o Morro da Mangueira e para o samba. Uma das mais belas composições de Cartola, o samba “Nós dois” foi composto especialmente para a ocasião do casamento entre os dois, realizado na Paroquia Nossa Senhora da Glória. Pouco antes da união religiosa, em 1963 o casal abriu o bar e restaurante Zicartola, que rapidamente tornou-se ponto de encontro dos sambistas cariocas. O Zicartola era localizado na Rua da Carioca, centro do Rio de Janeiro e comandado pela própria Dona Zica, cozinheira de mão cheia que havia trabalhado durante boa parte de sua vida cozinhando marmitas. O restaurante funcionou até 1965 e apesar do trablho não foi capaz de trazer muitos lucros ao casal. Ao lado do marido, Dona Zica gravou o samba “Sala de Recepção” no segundo disco de Cartola, lançado em 1976, cuja capa é uma famosa foto do casal em uma janela. A composição é uma homenagem à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. 
Com a morte de Cartola em 1980, Dona Zica passou a ser uma liderança e referência no Morro da Mangueira. De volta ao morro, após ter residido com Cartola em Jacarepaguá, a casa dela tornou-se uma espécie de pensão, hospital e centro comunitário do morro. Em 1996, estreando como atriz, Dona Zica participou da Novela Xica da Silva, da extinta tevê Manchete, interpretando Josefina. Amiga inseparável de Dona Neuma (filha de Saturnino Gançalves, um dos fundadores da Escola), as duas senhoras coordenaram durante muitos anos a confecção de fantasias da Escola de Samba e foram as principais pastoras da Velha Guarda da Mangueira, desde que o grupo foi fundado em 1965. 
Dona Zica faleceu em 22 de janeiro de 2003, vítima de uma parada cardiorrespiratória, no morro da Mangueira. Seu corpo está enterrado no cemitério do Caju, ao lado do corpo do ex-marido. Alguns dias após sua morte foi lançado seu livro de receitas Dona Zica – Tempero, Amor e Arte. 

Fontes e Referências

SILVA, Marília T. Barboza da e OLIVEIRA FILHO, Arthur L. de. Cartola; os tempos idos. Rio de Janeiro: FUNARTE / INM / DMP, 1983.

- Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
- Jornal Folha de São Paulo, 22 de janeiro de 2003.
- Jornal O Estado de São Paulo, 23 de janeiro de 2003 e 6 de fevereiro de 2003.


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