Hoje perdemos um dos nossos mais queridos funcionários, Helton Antônio dos Santos, um exemplo de trabalhador, daquele que estava sempre pronto para agir. Durante muitos anos ele impediu que as chuvas torrenciais do verão paulistano não acabassem com o frágil telhado de mais de meio século do Pavilhão Manoel da Nóbrega – que abriga o nosso Museu Afro Brasil. Eu digo nosso porque Helton era mais que um encarregado da manutenção, ele era um amante deste espaço que defende a cidadania, a memória e a história de mais da metade dos brasileiros. E que ainda poucos conhecem, assim como a saga dos negros do Brasil.
Nós o chamávamos de Duzão, que era um apelido de família. Hoje tivemos a notícia do seu falecimento após uma internação de mais de trinta dias. Ele foi ceifado pela COVID-19, que amedronta a todos nós.
Nosso coração dói com a perda desse amigo sempre pronto ao chamado, uma responsabilidade que também se processa em muitos outros trabalhadores do Museu. É amargo esse gosto de sua partida daqui, mas nós também não vamos esquecer os doces que Duzão sempre nos ofertava com sua generosidade e com o sabor da Bahia, de onde ele veio.
Descanse em paz, querido amigo.
Emanoel Araujo
Diretor-curador do Museu Afro Brasil