Considerada a maior exposição sobre barroco do país desde a “Mostra do Redescobrimento”, no ano 2000, “Barroco Ardente e Sincrético - Luso-Afro-Brasileiro”, foi prorrogada até o próximo dia 4 de março de 2018.
Em cartaz desde agosto, no Museu Afro Brasil, a exposição já foi vista por mais de 80 mil pessoas. O que significa dizer que aproximadamente 500 pessoas por dia visitaram a mostra desde a sua inauguração. Um sucesso de público!
Com curadoria de Emanoel Araujo, “Barroco Ardente e Sincrético” apresenta cerca de 400 obras das mais variadas manifestações do estilo artístico produzidas em Portugal e no Brasil. A mostra é também uma homenagem ao Jubileu de 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, completados no último mês de outubro. Para a realização do projeto “Barroco Ardente e Sincrético. Luso-afro-brasileiro” o Museu Afro Brasil contou com o patrocínio da EDP Brasil (via ProAC ICMS) e com apoio do Instituto EDP, que coordena as ações socioambientais da empresa, além do apoio do Itaú Cultural, Rainer Blickle, Ladi Biezus , Orandi Momesso, Ruy Souza e Silva, e a parceria cultural com o Sesc SP.
Com obras produzidas entre o século XVII até o começo do século XIX, abordando as contribuições dos dois mais expressivos artistas do barroco brasileiro, que são Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730?-1814), em Ouro Preto (MG), e Mestre Valentim da Fonseca e Silva (1745-1813), no Rio de Janeiro, a exposição também exibe trabalhos de nomes como o do escultor Francisco Xavier de Brito (?-1751), mestre de Aleijadinho, além de pinturas de José Joaquim da Rocha (1737-1807), Joaquim José da Natividade (? -1841), Leandro Joaquim (1738-1798), José Patrício da Silva Manso (1753-1801), Frei Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819), José Teófilo de Jesus (1758-1847) e Antônio Joaquim Franco Velasco (1780-1883).
Ex-votos e artefatos produzidos entre os séculos XVII e XIX (como oratórios, talhas, esculturas, azulejaria, ourivesaria, prataria, porcelanato) se incorporam à travessia do espírito do barroco, tudo em diálogo com a poesia dos baianos Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), Frei Manuel de Santa Maria (1704-1768) e Gregório de Mattos (1636-1696). A exposição conta ainda com a ambientação musical dos principais compositores sacros brasileiros, como José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805), Damião Barbosa de Araújo (1778-1856) e Domingos Caldas Barbosa (1739-1800).
Entre os outros destaques da mostra estão a reprodução da azulejaria da igrejinha da Pampulha (em Belo Horizonte), pintada por Portinari; do teto de igrejas brasileiras em uma elegia à influência francesa das igrejas do Carmo, em Salvador (BA), São Bento e São Francisco da Penitência, no Rio de Janeiro, além de uma instalação sobre a azulejaria lusitana contemporânea da artista portuguesa Manuela Pimentel.