A atividade, nesta terça-feira, 14, foi diferente, fora dos espaços das aulas. Acompanhadas pela equipe de pedagogia, as participantes do
Transcidadania realizaram uma visita guiada ao Museu Afro Brasil, no parque Ibirapuera, SP.
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“O que vocês sabem sobre a história da África?”. Essa foi a pergunta feita às visitantes assim que chegaram. “O que nos foi ensinado, em termos de história africana, quando estamos na escola?”, indagou Rafael Domingos, educador do Museu Afro Brasil e guia. “O que contam para nós é aquela história do Pedro Álvares Cabral, da colonização dos indígenas, e dos navios negreiros. Mas a história dos povos africanos, a história de como se deu o período migração forçada desses povos, a história de como eles chegaram aqui, isso não é ensinado nas escolas.E isso acontece até hoje, a mídia não noticia, por exemplo, que a guerra no Congo já matou 6 milhões de pessoas. Então, é preciso contar essa história novamente, partindo de outra perspectiva, a perspectiva da cultura afro”, ressalta.
Rafael conduziu a visita partindo da questão da religiosidade. Ponto que chamou muito a atenção de Luciana Andrade, de tradição católica e umbandista, que ficou impressionada com as obras que faziam referências e contavam as histórias dos orixás brasileiros. “Vir aqui nesse parque e conhecer o museu é a realização de um sonho. Moro em São Paulo há mais de 20 anos e nunca tinha vindo para cá, só via pela televisão”, diz Luciana, animada enquanto observa uma escultura de São Miguel Arcanjo, santo católico.
O roteiro do passeio, organizado pelo antropólogo e professor do programa Bruno Puccinelli, incluiu a ida, de ônibus, até o parque, onde ele contou alguns aspectos históricos e geográficos de onde o parque fica localizado, como o Monumento às Bandeiras, o Obelisco, e até o planejamento da vegetação do parque. “O fato do parque Ibirapuera ter sido inaugurado no aniversário de 400 anos da capital e estar localizado numa região considerada nobre, tem um motivo, a disputa econômica entre Rio de Janeiro e São Paulo, e a necessidade de mostrar como São Paulo era uma metrópole moderna e avançada tecnologicamente”, conta às meninas.
Tais reflexões fizeram com que Paloma Vieira, outra participante do programa, fizesse uma análise de que a violência que vivemos hoje, o racismo e os preconceitos, refletem a história de colonização e escravidão.
Essa é mais uma atividade da Formação em Direitos Humanos e Cidadania, proposta pelo programa, fruto de parceria entre KOINONIA e a Prefeitura de São Paulo. Para Melissa de Oliveira, também beneficiária, foi uma experiência de muito aprendizado. “Afinal é pela a educação que nós vamos mudar o mundo”, afirma.