Dia da Consciência Negra é celebrado no Museu Afro Brasil com ampla programação cultural

13 de novembro de 2015
Serão dois dias repletos de atividades: abertura de exposições, lançamento de livros, contação de historia, oficinas de culinária e atrações musicais.

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, comemora o Dia da Consciência Negra com uma intensa programação especial nos dias 20 (sexta-feira) e 21 (sábado), que reúne a abertura de exposições, lançamentos de livros, apresentações musicais, contação de histórias e oficinas de culinária afro-brasileira. Nestes 2 dias, a entrada será gratuita e oferecerá uma diversidade de opções somada às exposições temporárias recém inauguradas no último mês, além das atividades educativas que seguirão durante todo o mês de novembro.

O dia 20 de novembro foi criado em 2003 e instituído nacionalmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, como Dia da Consciência Negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares (data em que foi morto em 1695), um líder do Quilombo dos Palmares, que lutou contra a escravidão. 

Além das Visitas Temáticas “Resistir para viver: histórias e memórias” que serão realizadas ao longo de todo o mês de novembro (consulte o site do Museu Afro Brasil para mais informações – www.museuafrobrasil.org.br), com foco nos processos de resistências individuais e coletivos que marcaram (e ainda marcam) a construção conflituosa de nossa história e de nossa identidade, a rica programação especial deste mês ainda conta com diversas atividades, durante todo o dia 20 e 21.

Sexta-feira, dia 20 de novembro, começa com uma edição especial de “Aos Pés do Baobá”, em parceria com a Fundação Pierre Verger, com Dona Cici, atividade imperdível para quem gosta de boas histórias bem contadas, cantadas e encantadas. Dona Cici encontrou a combinação perfeita das palavras, da transmissão dos conhecimentos tradicionais e da experiência dos sabores afro-brasileiros.  
Dona Cici também ministrará Oficinas de Culinária Criativa “Cozinhando História”, voltada para a cultura afro-brasileira, organizada pelo Espaço Cultural Pierre Verger, ensinando a fazer abará, vatapá, cuscuz de tapioca e lelê.

Este espaço faz parte da Fundação Pierre Verger e é responsável pelo livro, com lançamento programado para este dia, “Cozinhando História. Receitas, Histórias e Mitos de pratos afro-brasileiros”, uma publicação organizada por três mulheres: Nancy de Souza e Silva (a Dona Cici), Josmara Fregoneze e Marlene Jesus da Costa. Cada qual com seus talentos contribuíram para um resultado que deseja inspirar outras pessoas no fascinante caminho de descobrir a história dos pratos da culinária afro-brasileira e seu sabor inigualável.

Mais dois livros e um catálogo de exposição também tem lançamento marcado para este dia 20 no Museu Afro Brasil: os livros “Uma estrela negra no teatro brasileiro: relações raciais e de gênero nas memórias de Ruth de Souza” de Júlio Claudio da Silva, e “Raiz de um negro brasileiro” do escritor e poeta Oswaldo de Camargo e o catálogo da exposição “Regastein Rocha e a Editora Raízes”, fruto de uma exposição que esteve em cartaz no 1º semestre de 2014 falando sobre a gráfica de livros de Arte.

Ainda neste mesmo dia, um dos nomes de referência sobre o estudo da cultura africana no país será homenageado com a mostra “Um tributo ao historiador Joel Rufino dos Santos”. Joel Rufino foi um historiador, professor e escritor brasileiro. Foi um dos autores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira. Foi professor de graduação e pós-graduação, recebeu diversos títulos, como a Comenda da Ordem do Rio Branco, do Ministério da Cultura. Joel faleceu no último dia 4 de setembro de 2015.
Durante a abertura da mostra o público poderá apreciar uma performance literária e musical em sua homenagem, com a Leitura Dramatizada do texto "A Botija de Ouro", de Joel Rufino dos Santos com o Teatro Studio Heleny Guariba/Núcleo do 184, a atriz Dirce Thomaz e o músico Beto Kpta.

Sábado, dia 21, começa com a abertura de 3 exposições:

A mostra “Adornos luminosos. Rogélia Peres” apresenta ao público belos adornos, verdadeiras joias feitas de contas de miçangas e miçanguinhas, pedras preciosas que a artista pernambucana trança originalmente e transforma extraordinárias formas, ritmos e cores em obras de delicadeza exuberante.

A exposição “Deoscoredes Maximiliano dos Santos. O Universo de um Alapini Asipá”, de Mestre Didi, apresenta cerca de 50 obras de um homem voltado para a cultura e a vida afro-brasileira, publicou muitos livros sobre o culto dos ancestrais, no qual tinha o honroso cargo de Alapini. Foi um artista escultor de lindas obras, cuja temática falava desse extraordinário universo da África mítica e por isso suas esculturas eram totêmicas, saiam do chão para alcançar o infinito.



E “Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão”, atendendo aos repetidos pedidos do público, volta reescrevendo a história da tecnologia no Brasil, resgatando a Nação construída pelas mãos dos africanos, trazendo uma imagem positiva do negro, fundamental para assumirmos com orgulho sua presença em nossa identidade. 
A mostra é composta por cerca de 70 objetos de ofícios urbanos e rurais, muitos deles usados em fazendas e engenhos de açúcar, formando um conjunto que realça as contribuições dos negros para a ciência e a tecnologia no Brasil, como mesas de lapidação, moendas de milho, forjas de ferreiro, prensas de folha de tabaco e outros objetos dos séculos XVIII e XIX. 
Esta exposição esteve em cartaz por 26 meses e se despediu com gosto de “quero mais”, o que fez o Museu Afro Brasil traze-la de volta, 3 anos depois, em uma nova montagem.

Encerrando com muita festa e alegria as celebrações do Dia da Consciência Negra, apresentam-se os grupos musicais Bloco Ilú Obá de Min e o Grupo Maracatu Bloco de Pedra.

O Bloco Afro Ilú Oba De Min é composto exclusivamente por mulheres e desde 2005 celebra a cultura afro-brasileira, destacando a participação das mulheres no mundo. No Carnaval de 2015 foi às ruas de São Paulo contando a história de Carolina Maria de Jesus e atualmente é parceiro do Museu Afro Brasil na exposição “Carolina em nós”, em exposição até 31 de janeiro de 2016.

O Grupo Maracatu Bloco de Pedra é um grupo de Maracatu de Baque Virado de São Paulo, com uma formação contemporânea, de tradição secular desta cultura afro-brasileira, apresentada por percussão, dança e canto, com todo o gracejo e o vigor da cultura popular brasileira.

 



BUSCA

O Museu está aberto o ano todo, com exceção das seguintes datas:

  • 24 e 25 de dezembro
  • 31 de dezembro
  • 1º de janeiro