Tiganá Santana faz shows e realiza oficina no Museu Afro Brasil

02 de outubro de 2014
Com novo álbum, elogiado na Europa, músico baiano também vai realizar oficina de criação musical 



Cores e silêncios se integram às nove faixas de The invention of colour, o segundo disco do músico baiano Tiganá Santana, lançado pelo selo sueco “Ajabu!”. Distribuído inicialmente na Europa e lançado no Brasil em 2013, o disco ganha mais três concertos nos dias 10 de outubro, às 18h; no dia 11, às 17h; e  no dia 12, às 11h, no Teatro Ruth de Souza, do Museu Afro-Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Os shows são patrocinados pelo Programa Petrobras Cultural. A
entrada é gratuita.

As inscrições para a oficina foram prorrogadas até meio-dia desta quinta-feira (09 de outubro). Os selecionados serão divulgados no mesmo dia às 14h, no site do Museu. 

Tiganá Santana também vai ministrar uma oficina de criação musical, no Museu Afro Brasil, no dia 10 de outubro, a partir das 14h. Com duração de três horas, o encontro será guiado por um debate sobre o tema, permeado com a demonstração de algumas manifestações musicais. Serão 15 vagas disponíveis, destinadas a pessoas maiores de 16 anos e experiência na área musical. Os interessados devem enviar carta de interesse ao seguinte e-mail, até o dia 6 de outubro: roseli@museuafrobrasil.org.br . Os nomes dos selecionados serão divulgados no site do Museu (www.museuafrobrasil.org.br/noticias), no dia 8 de outubro às 18h. Na oficina, o canto vocal, o violão acústico e também alguns álbuns de diferentes gêneros musicais, artistas e grupos folclóricos tradicionais – como Afoxé, Samba, Jongo, os ritmos da Capoeira e de Dorival Caymmi – serão usados por Tiganá, como “pontes” relevantes para trocar algumas informações  com o público. 

Em inglês, o título do álbum nasceu da “ideia de reunir”, como expõe o próprio Tiganá: “É a produção de um baiano dentro daquele espaço aparentemente sem qualquer conexão que é a Suécia. Tem a direção musical de um sueco radicado na Bahia, o percussionista Sebastian Notini, que tocou com gente dos cinco continentes. O projeto surgiu com ele, pensando na possibilidade de registrar a sonoridade deste violão, que eu chamei de violão-tambor”. Artistas de três continentes foram incorporados a “The Invention of Colour”: Ane Brun (Noruega), Mayra Andrade (Cabo Verde), Lazzo Matumbi (Brasil) e Maher Cissoko (Senegal). 

“Tiganá tem uma bela voz grave. E eu acho que ele é uma maravilha de cantor. Suas músicas, suas canções, deveriam ser mais conhecidas, deveriam ter mais alcance“, afirma o artista plástico Emanoel Araujo, diretor-curador do Museu Afro Brasil, que produziu aquarelas para o projeto gráfico do álbum.

A revista inglesa “Songlines” considerou The invention of colour um dos dez melhores lançamentos internacionais de 2013. Segundo o mapeamento do “World Music Charts Europe”  o disco foi o 8º mais ouvido/baixado da Europa, em agosto deste ano. Na Suécia, o crítico do site “Tidningen Kulturen”, Peter Sjöblom, destacou: “Tiganá Santana tem uma intensidade delicada, com camadas e camadas de sonoridades leves, deslocamentos rítmicos cautelosos, movimentos e contra-movimentos”. 

Para o compositor, The invention of colour “é mais preenchido por silêncios”: “Foi todo gravado em Estocolmo, no estúdio de Andreas Unge (co-produtor do disco), com o máximo de humanização possível, sem a separação dos elementos para que resulte num negócio que engana todo mundo. Não, foi feito como eu toco em casa. Cheguei lá, gravei, é real. Sou eu com todo o muco da criação, da existência, das dúvidas. Está tudo ali. Mas atrelado a isso existe um aparato técnico que permite essa naturalidade. Tem microfones adequados para a maneira mais natural possível”.

Iniciado no Candomblé Congo-Angola, na Bahia, Tiganá Santana ocupa o cargo de Tata Kambondo no Terreiro Tumbenci. Esta experiência religiosa se traduz em inspirações e reinvenções musicais. “O primeiro disco é sempre um desejo de registrar. Havia coisas ali que já direcionavam para um determinado caminho. Mas, por exemplo, em relação ao que se chama de culturais ancestrais, às línguas, o meu sentimento é um veículo para se chegar a essa não-forma, a essa não-língua. Tenho que me afundar, mergulhar numa referência ancestral para sair do tempo”, afirma Tiganá. 

Em 2010, Tiganá Santana gravou um programa especial para a Rádio BBC Londres e integrou um dos maiores festivais de “world music” da Europa, o belga Sfinks. No ano seguinte, realizou uma turnê por quatro países europeus, apresentando-se em salas como o Espace Senghor (Bélgica) e o Stallet (Suécia). Há três anos, mudou-se de Salvador para São Paulo, onde reside atualmente.


Oficina de criação musical
10 de outubro, às 14h

Show do Álbum "The invention of color"
10 de outubro, às 18h
11 de outubro, às 17h
12 de outubro, às 11h

ENTRADA GRATUITA 
Necessário retirar o ingresso com 1 hora de antecedência.

TEATRO RUTH DE SOUZA - MUSEU AFRO BRASIL
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - 04094 050
Fone: 55 11 3320-8900
www.museuafrobrasil.org.br




 



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