O Museu Afro Brasil inaugurou no início deste mês a exposição “Horizonte Daqui”, coma artista plástica Carolina Caliento, que segue em exibição até o dia 20.
Neste domingo, 17 de agosto às 14h, a artista ministrará uma oficina, com o mesmo nome da exposição – “Horizonte Daqui”, que iniciará com uma apresentação das obras presentes na mostra, a partir daí os participantes serão convidados a compor um trabalho de colagem e, em seguida, discutir as referencias utilizadas na construção destas imagens.
A colagem, como procedimento técnico, tem uma história antiga e com diferentes aplicações. Sua incorporação e consagração na arte aconteceram no começo do século XX com as vanguardas artísticas. A utilização da técnica, naquele momento, representava uma maneira de extravasar os limites da superfície do quadro, além de deflagrar a superfície pictórica como processo construtivo.
Os princípios de composição inaugurados pelas colagens no modernismo encontram seguidores que, ao longo dos anos e até hoje, utilizam a técnica das mais diversas maneiras, em interpretações distintas.
Hoje, podemos dizer que alguns dos conteúdos disseminados na internet, muitas vezes elaborados pelo público jovem, por meio de ferramentas simples da informática, são frutos de um processo de colagem.
Os cartazes e as fotografias encontradas para comentar algum aspecto do cotidiano, da publicidade ou das figuras públicas, políticos ou celebridades, provêm de um processo de colagem digital.
Portanto, a colagem é a ferramenta comum, fácil e acessível, para o desenvolvimento de uma reflexão artística.
A oficina proposta busca abordar a técnica da colagem não somente como um modo de produção visual, mas também como um modo de associação de diferentes discursos em um campo comum.
Desta maneira, propõe, a partir da delimitação de uma técnica, um exercício de reflexão da cidade.
A oficina terá como proposta de trabalho o tema que dá nome à exposição e oficina – “Horizonte Daqui”.
Talvez a primeira imagem que pensamos quando mencionamos a palavra horizonte é aquela que se remete à uma paisagem, afastada da cidade, idílica. Mas a palavra horizonte também se remete a uma perspectiva de futuro e ainda a um campo delimitado do conhecimento. Portanto, o título é uma provocação, um questionamento de qual seria a mensagem a partir do momento presente que vivemos na cidade, o que faz parte da nossa vivência, e portanto do nosso conhecimento e acesso da cidade e o que clamamos por mostrar.