Impressões da Cor no Museu Afro Brasil

06 de fevereiro de 2014
Nos dias 1º e 2 de fevereiro o Museu Afro Brasil abriu, mais uma vez, a Oficina do Núcleo de Educação para o público espontâneo. O Ateliê Aberto surge com o objetivo de proporcionar aos visitantes uma vivência artística que tem como referência as exposições, as temáticas e as linguagens utilizadas nas diferentes obras a que o público tem acesso ao visitar o Museu. A proposta é que, a partir de uma visita, que pode ser espontânea ou orientada, e da provocação realizada pelos educadores, os visitantes experimentem diferentes linguagens, processos, técnicas e que elaborem uma produção artística.
A  oficina Impressões da Cor  tem como proposta a confecção de carimbos para a composição de um painel coletivo. Adaptando algumas técnicas de gravura, a produção envolve várias etapas de produção: desenho, gravação na matriz e por último a impressão. Para o trabalho de impressão  são usadas tintas de diversas cores, resultando numa composição plural elaborada conjuntamente. 





Crianças, adolescentes, jovens e adultos experimentaram juntos os materiais e técnicas apresentados sob orientação dos educadores Luis Carlos Batista, Suellen Barbosa e Amanda Navarro. Os resultados podem ser conferidos nas fotografias e também na Oficina, realizada sempre no segundo final de semana de cada mês. Acompanhe as notícias aqui no site e em nossa página do facebook.
 
Ateliê aberto celebra aniversário de São Paulo
No dia 26 de janeiro, como parte da programação em homenagem ao  aniversário da cidade, a educadora Yasmim dos Santos inaugurou a experiência do Ateliê Aberto.  A atividade foi iniciada no espaço exterior do Museu com “uma demonstração da técnica utilizada na Oficina: carimbos prontos, tintas, rolinhos e um pedaço de papel para a impressão foram o convite para aguçar a curiosidade e o desejo do público que não resistiu e se juntou a nós para Brincar com Arte”, conta Yasmin.
Foi assim que pessoas de várias idades e lugares que passeavam pelo parque ocuparam nossa Oficina de Arte. A proposta de trabalho? Produzir um carimbo em que a imagem gravada expressasse algum  aspecto da cidade de São Paulo. Yasmin provocou o público: O que mais chama atenção na cidade de São Paulo? Qual a sua relação com a cidade? Como você representaria a cidade de São Paulo a partir de um desenho?
A partir daí o espaço de oficina do Museu Afro Brasil tornou-se um ateliê aberto. Os visitantes criaram seus próprios carimbos e compartilharam suas impressões sobre a cidade e sobre a experiência de desenhar. Todos tiveram a oportunidade de descobrir e dividir materiais, observar a criação do outro, se encantar com a metodologia e com o fazer.  Ao final, os participantes compuseram um painel coletivo, a partir de impressões coloridas das matrizes produzidas por todos que participaram da oficina. 

Confira outras atividades realizadas especialmente para homenagear nossa cidade

Aos pés do Baobá

No sábado, dia 25, às 11h, os educadores Rafael Domingos e Mirella dos Santos Maria conduziram mais uma edição do evento Aos pés do baobá, que contou também com a participação muito especial da educadora Renata, que teceu ao longo de toda a atividade. 
Adultos, crianças e adolescentes se encantaram com a narrativa e depois compartilharam impressões, reflexões a respeito da beleza, da força e da importância da história ouvida.  
“Os sete novelos”, história de origem axânti, conta como sete irmãos que viviam em desacordo driblaram suas diferenças e se uniram em nome do interesse comum. É uma história sobre união, paz e o trabalho coletivo. Naquele dia, a narrativa nos remeteu a um dos aspectos da trajetória histórica da cidade de São Paulo: construída pelo trabalho de pessoas de origens diversas, em busca de objetivos parecidos. Mas como o público da atividade apontou, ainda há muito o que se fazer. Preconceitos, intolerância, desrespeito ainda representam desafios”, comenta Rafael.
No último sábado, o que constatamos aos pés do Baobá foi o quanto as narrativas são importantes, poderosas e podem contribuir para desacomodar o nosso olhar, transformar nossas concepções.
Aprendemos também com a educadora Mirella, a fazer o tear de mão!


Sarau São Paulo em verso e prosa: vozes afro-brasileiras

Essa foi a segunda edição do Sarau, organizado e conduzido pela equipe  do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil. 
“A vida precisa de poesia”. Ou “a vida é poesia”. Foi a partir dessas simples constatações que sentimos a necessidade de criar um espaço onde poesia, arte e experiências pudessem ser compartilhadas. E o que vivemos neste sábado foi um belo exemplo de como a poesia fala aos nossos corações. Foi lindo e emocionante ver crianças, adultos e idosos, das mais diferentes origens e personalidades, recitarem poesias afro-brasileiras: Mário de Andrade, Elisa Lucinda, Solano Trindade, Carolina Maria de Jesus, Oswaldo de Camargo foram alguns, dentre tantos outros escritores aos quais emprestamos corpo e voz.
Prosa, música, risadas e, no final, abraços calorosos também contribuíram para que todas e todos saíssem muito tocados, e com vontade de voltar. Afinal, poesia nunca é demais!, reitera Rafael Domingos.

Visita temática  “Ser negro em São Paulo”.

Na voz do educador Rafael Domingos, “a  história de São Paulo sempre foi cheia de versões e discursos, alguns muitas vezes contraditórios em relação aos outros. Quando organizamos as visitas temáticas do aniversário da cidade, o que tínhamos em mente era propiciar um momento de apreensão do acervo a partir da perspectiva paulistana, mas não só. A ideia era também refletir sobre a fundamental importância da população afro-brasileira na história dessa cidade, e como muitas vezes essa participação foi invisibilizada ou embranquecida. Daí decorreu essa maravilhosa experiência, que começou com a obra de Moisés Patrício, na exposição A Nova Mão Afro-Brasileira, incluiu as fotografias de Wagner Celestino e Militão Augusto de Azevedo, descortinou a origem dos grupos étnicos africanos escravizados na região de São Paulo, e terminou com o importante debate sobre figuras não paulistanas que compõem a história da cidade, como Teodoro Sampaio, André Rebouças e Carolina Maria de Jesus, esta última agraciada com o título de cidadã paulistana. Um momento incrível de descobertas e compartilhamento de experiências.”

 



BUSCA

O Museu está aberto o ano todo, com exceção das seguintes datas:

  • 24 e 25 de dezembro
  • 31 de dezembro
  • 1º de janeiro