Quem são os artistas? Portinari, Di Cavalcanti, Pancetti, Volpi, Djanira, Carybé, Antônio Bandeira, Manabu Mabe, Flavio-Shiró, Francisco Brennand, entre outros.
O que vai ter na exposição? Pinturas, esculturas.
É um bom programa? “Modernidade – Coleção de Arte Brasileira Odorico Tavares” apresenta uma das mais importantes coleções privadas da arte brasileira, e ainda inclui algumas obras de Miró e Picasso.
A instituição é conceituada? O Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, é um espaço de preservação e celebração da cultura, memória e da história do Brasil na perspectiva negro africana, assim como a difusão das artes clássicas e contemporâneas, populares e eruditas, nacionais e internacionais. O Museu localiza-se no meio do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Quando? 25 de abril à agosto.
Abertura? 25 de abril, às 19h.
Exposição reúne mais de 200 obras e tem curadoria de Emanoel Araújo
Com a exposição ”Modernidade – Coleção de Arte Brasileira Odorico Tavares”, o Museu Afro Brasil apresenta, a partir de 25 de abril, às 19h, uma das mais importantes coleções privadas de arte brasileira. A mostra, com curadoria de Emanoel Araujo, é uma homenagem ao centenário de nascimento de Odorico Tavares (1912-1980), poeta e colecionador pernambucano radicado em Salvador (BA).
Portinari, Di Cavalcanti, Pancetti, Volpi, Djanira, Carybé, Antônio Bandeira, Manabu Mabe, Flavio-Shiró, Francisco Brennand, Aldemir Martins e Mário Cravo Júnior são alguns dos artistas incorporados à coleção, que engloba também artistas internacionais como Picasso e Miró, além de valiosos exemplares de arte sacra.
Nascido em Timbaúba (PE), Odorico passou a juventude em Recife e se mudou para Salvador por motivos políticos, em 1942, quando atuava como secretário do jornal “Diário de Pernambuco”. Nessa trincheira jornalística, afinou-se com a oposição aos representantes locais da ditadura do Estado Novo, integrado à militância de esquerda e às ideias de Gilberto Freyre. Seu universo de amigos incluía Álvaro Lins, Aníbal Fernandes, Freyre, Joaquim Cardozo, Mauro Mota, Odilon Ribeiro Coutinho e João Cabral de Melo Neto, entre outros.
Em 1934, ao lado de Aderbal Jurema, editou a revista literária “Momento”, aproximando-se de escritores do porte de Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Gilberto Amado, José Lins do Rego, Jorge Amado e Lúcio Cardoso. Escrito em parceria com Jurema, “26 poemas” marcou sua estreia na poesia. Em 1939, pela editora José Olympio, lançaria ainda “A sombra do mundo”, mas, a partir da segunda metade da década de 40, deu ênfase ao trabalho de jornalista, realizando históricas reportagens para a revista “O Cruzeiro”. À frente do “Diário de Notícias”, em Salvador, manteve a coluna “Rosa dos Ventos” e criou um suplemento cultural de vanguarda, no qual os jovens Glauber Rocha, Paulo Gil Soares e Caetano Veloso publicaram críticas.
Cúmplice das aventuras culturais de Assis Chateaubriand, o magnata dos “Associados”, Odorico Tavares assumiu um relevante papel na divulgação dos artistas nordestinos. Como estimulador e colaborador, contribuiu para a criação do Museu de Arte Moderna (MAM) da Bahia e dos museus regionais de Feira de Santana (BA) e Olinda (PE). Em artigos e reportagens publicados nos veículos dos “Associados”, ele deu respaldo aos artistas do Modernismo e das gerações dos anos 40, 50 e 60, realçando, em especial, o valor estético dos quadros de Pancetti. Fez históricos perfis do amigo Dorival Caymmi, do cordelista Cuíca de Santo Amaro e de outros personagens míticos da Bahia, sem se esquecer do maracatu, do frevo e da religiosidade de sua terra de origem.
“Odorico orientou sua coleção pensando na modernidade”, diz o curador Emanoel Araujo, um dos artistas que chamaram a atenção do colecionador, nos anos 60. Na década de 80, no Museu de Arte da Bahia, Araujo curou a primeira exibição pública do acervo. Em 2005, voltou a debruçar-se sobre as obras e idealizou a exposição “A minha casa baiana”, apresentada em São Paulo e Curitiba. Em dezembro de 2012, no transcurso do centenário de nascimento, o Instituto Ricardo Brennand abrigou pela primeira vez uma mostra da coleção em Pernambuco.
“A qualidade da coleção de Odorico Tavares e a paixão a que a ela devotava fez com que ele encomendasse ao arquiteto Diógenes Rebouças o projeto de uma casa para abrigá-la. Esse belo projeto, implantado na escarpa do morro Ipiranga (num bairro litorâneo de Salvador), possuía uma galeria ao rés-do-chão da rua de entrada e um grande salão que se desenvolvia em um plano inferior, acompanhando a topografia do terreno. Dessa forma, esses planos diferenciados criavam um cenário magnífico para abrigar a coleção de arte barroca, a imaginária brasileira e o mobiliário dos séculos XVIII e XIX, bem como a galeria do mezanino e a do salão de baixo, com a coleção de arte moderna, de onde se tinha uma visão panorâmica da casa”, descreve Emanoel Araujo. “Um homem como ele marcou nossa memória e nossa história”, acrescenta.
Depois da mudança para a Bahia, em 1942, Odorico Tavares robusteceu o acervo inicialmente marcado pela presença de artistas pernambucanos (de Cícero Dias a Lula Cardoso Ayres, passando por Mestre Vitalino). Como incansável colecionador, reuniu dezenas de obras de Di Cavalcanti, Portinari e Pancetti, e ampliou seu interesse pelo mobiliário, pela arte sacra e por pintores populares da Bahia. Todas as facetas do colecionador convidam a um empolgante passeio por grandes momentos da arte brasileira.
Museu Afro Brasil expõe coleção de arte brasileira Odorico Tavares
Museu Afro Brasil - São Paulo (SP)
Parque do Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10.
Este evento vai do dia 25/04/2013 ao dia 11/08/2013, mas apenas Domingo, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado
Horário: 10h00 às 17h00
Preço: Gratuito