Museu Afro Brasil expõe coleção de arte brasileira Odorico Tavares

23 de março de 2013
Quem são os artistas? Portinari, Di Cavalcanti, Pancetti, Volpi, Djanira, Carybé, Antônio Bandeira, Manabu Mabe, Flavio-Shiró, Francisco Brennand, entre outros.

O que vai ter na exposição? Pinturas, esculturas.

É um bom programa? “Modernidade – Coleção de Arte Brasileira Odorico Tavares” apresenta uma das mais importantes coleções privadas da arte brasileira, e ainda inclui algumas obras de Miró e Picasso.

A instituição é conceituada?  O Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, é um espaço de preservação e celebração da cultura, memória e da história do Brasil na perspectiva negro africana, assim como a difusão das artes clássicas e contemporâneas, populares e eruditas, nacionais e internacionais. O Museu localiza-se no meio do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Quando? 25 de abril à agosto.

Abertura? 25 de abril, às 19h.

Exposição reúne mais de 200 obras e tem curadoria de Emanoel Araújo
Com a exposição ”Modernidade – Coleção de Arte Brasileira Odorico Tavares”, o Museu Afro Brasil apresenta, a partir de 25 de abril, às 19h, uma das mais importantes coleções privadas de arte brasileira. A mostra, com curadoria de Emanoel Araujo, é uma homenagem ao centenário de nascimento de Odorico Tavares (1912-1980), poeta e colecionador pernambucano radicado em Salvador (BA).

Portinari, Di Cavalcanti, Pancetti, Volpi, Djanira, Carybé, Antônio Bandeira, Manabu Mabe, Flavio-Shiró, Francisco Brennand, Aldemir Martins e Mário Cravo Júnior são alguns dos artistas incorporados à coleção, que engloba também artistas internacionais como Picasso e Miró, além de valiosos exemplares de arte sacra.

Nascido em Timbaúba (PE), Odorico passou a juventude em Recife e se mudou para Salvador por motivos políticos, em 1942, quando atuava como secretário do jornal “Diário de Pernambuco”. Nessa trincheira jornalística, afinou-se com a oposição aos representantes locais da ditadura do Estado Novo, integrado à militância de esquerda e às ideias de Gilberto Freyre. Seu universo de amigos incluía Álvaro Lins, Aníbal Fernandes, Freyre, Joaquim Cardozo, Mauro Mota, Odilon Ribeiro Coutinho e João Cabral de Melo Neto, entre outros.

Em 1934, ao lado de Aderbal Jurema, editou a revista literária “Momento”, aproximando-se de escritores do porte de Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Gilberto Amado, José Lins do Rego, Jorge Amado e Lúcio Cardoso. Escrito em parceria com Jurema, “26 poemas” marcou sua estreia na poesia. Em 1939, pela editora José Olympio, lançaria ainda “A sombra do mundo”, mas, a partir da segunda metade da década de 40, deu ênfase ao trabalho de jornalista, realizando históricas reportagens para a revista “O Cruzeiro”. À frente do “Diário de Notícias”, em Salvador, manteve a coluna “Rosa dos Ventos” e criou um suplemento cultural de vanguarda, no qual os jovens Glauber Rocha, Paulo Gil Soares e Caetano Veloso publicaram críticas.

Cúmplice das aventuras culturais de Assis Chateaubriand, o magnata dos “Associados”, Odorico Tavares assumiu um relevante papel na divulgação dos artistas nordestinos. Como estimulador e colaborador, contribuiu para a criação do Museu de Arte Moderna (MAM) da Bahia e dos museus regionais de Feira de Santana (BA) e Olinda (PE). Em artigos e reportagens publicados nos veículos dos “Associados”, ele deu respaldo aos artistas do Modernismo e das gerações dos anos 40, 50 e 60, realçando, em especial, o valor estético dos quadros de Pancetti. Fez históricos perfis do amigo Dorival Caymmi, do cordelista Cuíca de Santo Amaro e de outros personagens míticos da Bahia, sem se esquecer do maracatu, do frevo e da religiosidade de sua terra de origem.

“Odorico orientou sua coleção pensando na modernidade”, diz o curador Emanoel Araujo, um dos artistas que chamaram a atenção do colecionador, nos anos 60. Na década de 80, no Museu de Arte da Bahia, Araujo curou a primeira exibição pública do acervo. Em 2005, voltou a debruçar-se sobre as obras e idealizou a exposição “A minha casa baiana”, apresentada em São Paulo e Curitiba. Em dezembro de 2012, no transcurso do centenário de nascimento, o Instituto Ricardo Brennand abrigou pela primeira vez uma mostra da coleção em Pernambuco.

“A qualidade da coleção de Odorico Tavares e a paixão a que a ela devotava fez com que ele encomendasse ao arquiteto Diógenes Rebouças o projeto de uma casa para abrigá-la. Esse belo projeto, implantado na escarpa do morro Ipiranga (num bairro litorâneo de Salvador), possuía uma galeria ao rés-do-chão da rua de entrada e um grande salão que se desenvolvia em um plano inferior, acompanhando a topografia do terreno. Dessa forma, esses planos diferenciados criavam um cenário magnífico para abrigar a coleção de arte barroca, a imaginária brasileira e o mobiliário dos séculos XVIII e XIX, bem como a galeria do mezanino e a do salão de baixo, com a coleção de arte moderna, de onde se tinha uma visão panorâmica da casa”, descreve Emanoel Araujo. “Um homem como ele marcou nossa memória e nossa história”, acrescenta.

Depois da mudança para a Bahia, em 1942, Odorico Tavares robusteceu o acervo inicialmente marcado pela presença de artistas pernambucanos (de Cícero Dias a Lula Cardoso Ayres, passando por Mestre Vitalino). Como incansável colecionador, reuniu dezenas de obras de Di Cavalcanti, Portinari e Pancetti, e ampliou seu interesse pelo mobiliário, pela arte sacra e por pintores populares da Bahia. Todas as facetas do colecionador convidam a um empolgante passeio por grandes momentos da arte brasileira.


Museu Afro Brasil expõe coleção de arte brasileira Odorico Tavares
Museu Afro Brasil - São Paulo (SP)
Parque do Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10.
Este evento vai do dia 25/04/2013 ao dia 11/08/2013, mas apenas Domingo, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado
Horário: 10h00 às 17h00
Preço: Gratuito

 



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O Museu está aberto o ano todo, com exceção das seguintes datas:

  • 24 e 25 de dezembro
  • 31 de dezembro
  • 1º de janeiro