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Os acervos do MAB

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo reúne cerca de 20 mil itens que exploram temas como arte, história e religiosidade, refletindo sobre a trajetória das populações africanas e seus descendentes e destacando suas contribuições para a formação da sociedade brasileira.

Esses itens estão organizados em três acervos: artístico arquivístico e bibliográfico. Juntos, eles abrangem:

  • Produção artística que percorre diferentes períodos da história da arte no Brasil;
  • Artes africanas e afro-diaspóricas de países dos continentes americano e africano;
  • Objetos ligados às religiosidades afro-brasileiras;
  • Documentos e objetos referentes à história social. econômica e cultural afro-brasileira;
  • Documentos sobre a história institucional do Museu;
  • Publicações relacionadas a esses temas.

Essa coleção diversa promove uma visão abrangente e profunda das contribuições negras e afro diaspóricas para o Brasil e para o mundo.

Acervo Museológico

O acervo museológico do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo conta com mais de 8 mil itens, abrangendo desde o século XVIII até a contemporaneidade. A coleção inclui uma ampla variedade de tipologias, como, pinturas, esculturas, gravuras e desenhos; talhas e instalações artísticas; fotografias, joias, adornos e cerâmicas; mobiliários e objetos de rituais; indumentárias, têxteis, ferramentas e utensílios domésticos.

Essa diversidade reflete a riqueza histórica, cultural e artística representada no acervo.

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Acervo Arquivístico

O acervo arquivístico do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, criado em 2004, reúne documentos administrativos e históricos essenciais para a preservação da memória e o suporte à pesquisa. Ele inclui registros sobre exposições e eventos realizados, oferecendo um panorama da trajetória do Museu e destacando seu papel na valorização da cultura e na preservação da memória afro-brasileira.

Acervo Bibliográfico

A Acervo bibliográfico é composto por livros, periódicos, catálogos de arte, entre outras publicações que abordam historiografias das artes e culturas relacionadas às temáticas africana e afro-brasileira, em diálogo com os conteúdos do acervo museológico. Inclui, ainda, um segmento de obras especiais e raras que se encontram digitalizadas.

  Catálogo online

GLOSSÁRIO MAB

Esta sessão apresenta um glossário em constante atualização, reunindo termos e conceitos fundamentais para a compreensão de nossos acervos e da memória afro-brasileira. O material é fruto do trabalho integrado entre diferentes núcleos técnicos do museu e pesquisadores, e busca oferecer ao público uma ferramenta de consulta acessível, referenciada em nosso acervo documental, bibliográfico e museológico.

Adenor Gondim

Datação vida e morte: Ruy Barbosa, BA, Brasil, 1950

Biografia: Adenor Gondim é formado em biologia, porém, seguindo os passos do pai, escolheu o fotojornalismo como profissão. Apresentou sua primeira exposição individual, intitulada Visão, 50 fotografias P&B: arquitetura, paisagem e cotidiano, em 1978, na cidade de Salvador. Em 1982, deu iniciou a série Romaria do Bom Jesus da Lapa, que resultou em uma mostra individual na década de 1990. Na mesma década, produziu Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Santos de Cachoeira. Dentre seus trabalhos mais recentes, destaca-se a série Os Cão (2009 – 2017), que registra a Micareta de Jacobina — festa popular realizada anualmente no município baiano de Jacobina, no fim da Quaresma.

Gênero: Masculino

Ofício: Fotógrafo

Tipologia: Fotografia

Período de atividade: a partir de 1970

Referências bibliográficas:

UTÓPICA. Disponível em: https://utopica.photography/artists/52-adenor-gondim/overview/ Acesso em: 26 mai 2025.
FALCON, Gustavo. Irmandade da Boa Morte. Portal Geledés. Disponível em: https://www.geledes.org.br/irmandade-da-boa-morte-2/ Acesso em: 26 mai 2025.
GONDIM, Adenor. Arte e Religiosidade no Brasil: heranças africanas. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997.

Agnaldo Manuel dos Santos

Datação vida e morte: Itaparica, Bahia, Brasil, 1926 – Salvador, Bahia, Brasil, 1962

Biografia: Agnaldo Manoel dos Santos foi assistente no ateliê de Mário Cravo Junior e, a partir de 1953, trabalhou com entalhe em madeira, técnica pela qual ganhou notoriedade. Sua produção abrange carrancas — sob influência do mestre Francisco Guarany —, santos do catolicismo e elementos ligados à cultura popular e à religiosidade afro-brasileira. Em 1957, participou da 4ª Bienal de São Paulo com a obra Pilando Dendê, que recebeu o prêmio de escultura. No mesmo ano, realizou sua primeira individual na Petit Galerie, no Rio de Janeiro. Posteriormente, integrou o Salão Nacional de Arte Moderna, em 1959 e 1961.

Gênero: Masculino

Ofício: Escultor

Tipologia: Escultura

Período de atividade: 1953-1962

Referências bibliográficas:

BEVILACQUA, Juliana Ribeiro da Silva. Agnaldo Manuel dos Santos: a conquista da modernidade. São Paulo: Almeida e Dale Galeria, 2021.
ESCRITÓRIO DE ARTE. Agnaldo dos Santos. Disponível em: https://www.escritoriodearte.com/artista/agnaldo-dos-santos. Acesso em: 28 mai. 2025.
VENTURA, Alexandre. A escultura de Agnaldo Manuel dos Santos, In: Palácio das Artes. Disponível em: https://fcs.mg.gov.br/a-escultura-de-agnaldo-manoel-dos-santos/. Acesso em: 28 mai. 2025.

Alphonse Yémadjè

Datação vida e morte: Abomey, Benim, 1916 – Cotonu, Benim, 2012

Biografia: Alphonse Yémadjè iniciou sua carreira ainda na juventude, pintando telas, influenciado por seu pai. Destacou-se por suas tapeçarias e appliqués. Em 1974 foi condecorado com o Diploma Honorário da Feira da Independência de Cotonu. Na década de 1990, ilustrou as Fábulas de La Fontaine e, em 1995, participou das comemorações do tricentenário da morte do autor na França. Em 1992, foi elevado ao posto de Cavaleiro da Ordem do Mérito do Benim. Antes de se destacar como artista, serviu o Exército Colonial Francês, participando das guerras contra a antiga Indochina e a Argélia.

Gênero: Masculino

Ofício: Artista plástico

Tipologia: Colagem

Período de atividade: 1970-2000

Referências bibliográficas:

HESSOUN, Charly. Le pasticien Alphonse Yémadjè a tiré sa révérence. La Nouvelle Tribune. Disponível em: https://lanouvelletribune.info/2012/07/le-plasticien-alphonse-yemadje-a-tire-sa-reverence/. Acesso em: 27 mai 2025.
MUSEU AFRO BRASIL, Metadados. Disponível em: https://museuafrobrasil.org.br/pessoas-grupos-instituicoes-organizacoes/alphonse-yemadje/. Acesso em: 27 mai 2025.
MUSEU AFRO BRASIL. O Benin está vivo ainda lá: ancestralidade e contemporaneidade. São Paulo, 2018.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Reinos e Impérios Africanos – Reino do Daomé. Disponível em: https://www.gov.br/palmares/pt-br/assuntos/noticias/reinos-e-imperios-africanos-2013-reino-do-daome. Acesso em: 29 mai. 2025.
UNESCO. Palácios Reais de Abomey. Disponível em: https://whc.unesco.org/en/list/323/. Acesso em: 29 mai. 2025.
PACHECO, Gustavo. O trono de Adandozan, ou para que serve um museu. Disponível em: https://oglobo.globo.com/epoca/gustavo-pacheco/o-trono-de-adandozan-ou-para-que-serve-um-museu-23038185. Acesso em: 03 jun. 2025.
PARÉS, Luís Nicolau. Cartas do Daomé: uma introdução. In: Afro-Ásia (47), 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/afro/a/Kryz9RP7njwb6RSRKXscfPm/. Acesso em: 29 mai. 2025.

Ana das Carrancas (Ana Leopoldina Santos Lima)

Datação vida e morte: Ouricuri, PE, Brasil, 1923 – Petrolina, PE, Brasil, 2008

Biografia: Ana Leopoldina Santos Lima era filha de um agricultor e de uma artesã, de quem herdou o trabalho com o barro. Após sucessivas migrações pelo Nordeste, estabeleceu-se em Petrolina, às margens do rio São Francisco. Consolidou-se artista em 1963, quando iniciou a produção de carrancas e adotou o nome que a tornaria célebre. No início, foi alvo de estranhamento por parte da população. Hoje, o espaço onde costumava expor abriga um centro cultural com seu nome. Sua produção integrou importantes mostras como Dos Brasis e Pop Brasil, o que desvela seu reconhecimento tanto na arte popular quanto nas discussões sobre identidades negras. Em 2006, foi reconhecida como Patrimônio Vivo de Pernambuco. Em 2023, por ocasião do centenário de seu nascimento, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) instituiu o “Ano Comemorativo Ana das Carrancas”.

Gênero: Feminino

Ofício: Escultor 

Tipologia: Escultura

Período de atividade: De 1930 a 2008

Referências bibliográficas:

COIMBRA, Silvia Rodrigues; MARTINS, Flávia; DUARTE, Maria Leticia. O reinado da lua: escultores populares do nordeste. Rio de Janeiro: Ed. Salamandra, 1980.

MÉLO, Roberta de Sousa; RODRIGUES, Rafael de Oliveira. O signo-carranca na artesania afetiva da Dama do Barro: Leituras em torno dos processos criativos de Ana das Carrancas PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v. 14, n. 32, set.-dez. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.35699/2238-2046.2024.52745. Acesso em 11 de julho de 2025.

BRUM, Eliane. Ana das carrancas deu adeus a Zé dos Barros. Revista Época, Rio de Janeiro, 9 out. 2008. Disponível em: https://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT14415-15228-14415 3934,00.html. Acesso em: 12 maio 2021.

MACIEL, Betania; BRANDÃO, Ricardo Rocha. Carrancas do São Francisco: a dinâmica de uma manifestação folkcomunicacional no contexto do Desenvolvimento Local. REVISTA HUM@ NAE, v. 11, n. 1, 2017.

DIAS, Thiago Alves. Ana e as carrancas de uma vida de trabalho, migração e arte no sertão do Brasil (1923-2023). Maracanan, Nº. 35, 2024. págs. 34-56. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=9897910. Acesso em 11 de julho de 2025.

Antonio Firmino Monteiro

Datação vida e morte: Rio de Janerio, RJ, Brasil, 1855 – Niterói, RJ, 1888

Biografia: Antônio Firmino Monteiro foi um homem negro livre no Brasil escravista. Antes de se consagrar como pintor e professor de artes, exerceu ofícios como caixeiro, tipógrafo e encadernador. Em 1870, iniciou seus estudos no curso noturno de desenho na Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), mas logo se transferiu para o curso diurno de paisagem. Em 1877, recebeu uma medalha pelo desempenho. No ano seguinte, teve sua obra elogiada pelo Conde de Iguaçu e por D. Pedro II. Em 1879, participou da Exposição Geral de Belas Artes, onde recebeu medalha de ouro pela obra Exéquias de Camorim. Embora tenha viajado à Europa, suas telas em geral retratam o Brasil, sobretudo a cidade do Rio de Janeiro.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: Séciulo XIX

Referências bibliográficas:

ASSIS, Machado de. O quadro do sr. Firmino Monteiro. In: Revista Apotheke. v. 7, n. 1, abril, 2021. p. 219-220. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/apotheke/article/view/20353. Acesso em: 10 jun. 2025.
ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Firmino Monteiro. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/6842-firmino-monteiro. Acesso em: 10 jun. 2025.
MOREIRA, Giovana Loos. A construção da História Nacional pelo pintor Firmino Monteiro entre 1879 e 1884. Dissertação de mestrado em História. Juiz de Fora, MG: UFJF, 2016. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/2241/1/giovanaloosmoreira.pdf. Acesso em: 12 jun. 2025.
MUSEU AFRO BRASIL. Negros Pintores. São Paulo: MAB, 2008.
ROZA, Beatriz Ellen dos Santos. Firmino Monteiro e a Academia Imperial de Belas Artes: nem tudo é preto no branco. Trabalho de Conclusão de Curso em História da Arte. Rio de Janeiro: UFRJ, 2023. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/21091. Acesso em: 12 jun 2025.

Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa)

Datação vida e morte: Ouro Preto, MG, Brasil, 1738 – 1814

Biografia: Antônio Francisco Lisboa, Aleijadinho foi um dos principais artistas da escultura e da arquitetura barroca no Brasil. Filho do arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e Isabel, uma mulher escravizada. Viveu e trabalhou em Minas Gerais no apogeu da economia mineradora, cuja pujança proporcionou crescimento urbano e investimentos em obras públicas. As construções na região — hoje reconhecidas como patrimônio histórico e artístico nacional — ocorreram sobretudo nesse contexto. Entre suas obras mais relevantes, destacam-se a fachada e a decoração da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, o conjunto de estátuas da Paixão de Cristo e as 12 esculturas dos profetas para o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.

Gênero: Masculino

Ofício: Escultor

Tipologia: Escultura

Período de atividade: Séculos XVIII e XIX

Referências bibliográficas:

MASP. Imagens do Aleijadinho. São Paulo: MASP, 2018.
TOLEDO, Benedito Lima de. Esplendor do Barroco. 2ª ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2015.
SANTOS FILHO, Olinto Rodrigues dos. A Capela da Fazenda da Jaguara e o Mestre Aleijadinho. IPHAN. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/118. Acesso em: 10 jul. 2025.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Conheça a história de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/programas-institucionais/experiencias-presenciais/parlamentojovem/noticias_para_voce/conheca-a-historia-de-antonio-francisco-lisboa-o-aleijadinho#:~:text=Mas%20em%201777%2C%20ele%20foi,a%20ser%20conhecido%20como%20Aleijadinho. Acesso em: 09 jun. 2025.

Arthur Timótheo da Costa

Datação vida e morte: Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1882 – 1922

Biografia: Arthur Timótheo da Costa foi pintor, desenhista, decorador, entalhador e cenógrafo. Nascido em uma família humilde, na juventude, tornou-se aprendiz na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, onde teve lições de desenho e contato com processos de gravação de imagens, por meio da impressão de selos e moedas. Em 1894, incentivado pelo diretor da instituição, matriculou-se junto ao irmão, João Timótheo da Costa, na Escola Nacional de Belas Artes. Embora tenha sido fundada com o objetivo de romper com o modelo imperial de ensino, a escola manteve diversas práticas e estruturas da instituição que a antecedeu até o final da década de 1920. A superação desse modelo se concretizou de forma mais evidente nos anos 1930, quando Lúcio Costa assumiu sua direção. Teve aulas com Daniel Bérard (1846 – 1910), Henrique Bernardelli (1858 – 1936), Rodolfo Amoedo (1857 – 1941) e João Zeferino da Costa (1840 – 1915). Concomitante aos estudos, passou a trabalhar como auxiliar de Oreste Coliva, com quem aprendeu cenografia.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor 

Tipologia: Pintura 

Período de atividade: 1882-1922

Referências bibliográficas:

ARTHUR Timótheo da Costa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/6581-arthur-timotheo-da-costa. Acesso em: 18 de junho de 2025. Verbete da Enciclopédia.

MUSEU AFRO BRASIL. Negros Pintores. São Paulo: MAB, 2008.
SOUZA, Gilda de Mello e. Pintura Brasileira contemporânea: os precursores. Discurso, São Paulo, v. 5, n. 5, p. 119-130, 1974. Disponível em: https://revistas.usp.br/discurso/article/view/37767. Acesso em: 10 jul. 2025.

Aston (Serge Aurélien Tehogbola Mikpon)

Datação vida e morte: Cotonou, Benin, 1964

Biografia: Serge Aurélien Tehogbola Mikpon, conhecido como Aston, é músico e artista autodidata nascido em Benin. Aston percorre ruas, praias, acostamentos e depósitos de lixo recolhendo itens descartados para compor suas obras. Estas variam entre grandes instalações e pequenas esculturas ou objetos. Participou da Bienal de Arte Africana Contemporânea (2014), em Dakar, e da Bienal de Arte Contemporânea do Benim (2012), onde recebeu o prêmio Regard Bénin pela instalação sobre o Holocausto intitulada A Solução Final. Expôs em países como Benim, França, Brasil e Portugal: O Benin está vivo ainda lá (2007); O Benin em 2058 (2009); Le Tour de France Cycliste (2005); Revelation! Contemporary Art from Benin (2024). Ao longo dos anos 2000, participou ativamente da cena artística de Cotonu, integrando coletivas como Boulv’art e festivais como o Salon Béninois d’Art Contemporain.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor/Escultor

Tipologia: Escultura

Período de atividade: a partir de 1990

Referências bibliográficas:

ARAUJO, Emanoel; JOLLY, André [curadores]. Benin – está vivo ainda lá. Ancestralidade e contemporaneidade (catálogo). Imprensa Oficial: São Paulo, 2007.
ARAUJO, Emanoel (org.). Africa Africans. São Paulo: Museu Afro Brasil, 2015.
COSMOGONIES. Zinsou, une collection africaine. MO.CO. COLLECTIONS. Catálogo 2021. Disponível em: . Acesso em: [DATA].
MO.CO. – MONTPELLIER CONTEMPORAIN. Cosmogonies: Zinsou, une collection africaine [catálogo]. Montpellier: MO.CO. Collections, 2021. Disponível em: . Acesso em: DATA.

Aurelino dos Santos

Datação vida e morte: Salvador, BA, Brasil, 1942

Biografia: Aurelino dos Santos nasceu na Bahia e trabalhou como cobrador de ônibus antes de ser reconhecido como artista. É analfabeto e considerado um pintor autodidata.
Sua trajetória como pintor, iniciada nos anos 1960, foi diretamente influenciada por seu então vizinho, o escultor baiano Agnaldo dos Santos (1926 – 1962), que adquiriu sua primeira obra. Foi levado para São Paulo por Lina Bo Bardi (1914 – 1992), arquiteta ítalo-brasileira, que o conheceu quando esteve à frente do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA); e por seu marido, Pietro Maria Bardi (1900 – 1999), à época diretor do Masp, que passaram a agenciá-lo antes de seu retorno a Salvador.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: a partir de 1990 –

Referências bibliográficas:

CONEXÃO BAHIA. Conheça a história do pintor autodidata Aurelino dos Santos, Globo Play, 2019. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/7743979/. Acesso em: 10 de julho de 2025
MUSEU AFRO BRASIL (Org.). Aurelino [catálogo] São Paulo: Museu Afro Brasil, 2012.
PAULO DARZÉ GALERIA. Aurelino. Disponível em: https://paulodarzegaleria.com.br/artistas/aurelino/. Acesso em 10 de julho de 2025.
TV BRASIL. Conheça o trabalho do artista autodidata Aurelino dos Santos. YouTube, 08 abr. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TOC8g_V3PiM&t=36s&ab_channel=TVBrasil. Acesso em 10 de julho de 2025.

Ayrson Heráclito

Datação vida e morte: Macaúbas, BA, Brasil, 1968

Biografia: Ayrson Heráclito é artista multimídia e professor da Universidade Federal do Recôncavo. Seus trabalhos e pesquisas perpassam o período colonial baiano, as injustiças sociais resultantes da escravidão no Brasil, bem como as heranças culturais e as religiosidades afro-brasileiras. No exterior, seus trabalhos passaram pela 57ª Bienal de Veneza, a III e X Bienais do Mercosul, e a Trienal de Luanda. No Brasil, esteve em instituições como a Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro (MAC-RJ), Sesc Pompeia, Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Algumas dessas, assim como o Instituto Inhotim, o Masp, o Museum der Weltkulturen e a Associação Cultural Videobrasil, também integram suas obras em seus acervos.

Gênero: Masculino

Ofício: Artista/Fotógrafo

Tipologia: Fotografia

Período de atividade: a partir de 1980

Referências bibliográficas:

CLEVELAND, Kimberly L. Black Art in Brazil: Expressions of Identity. University Press of Florida, 2013.
CIOTTI, N. Entrevista com Ayrson Heráclito. Manzuá: Revista de Pesquisa em Artes Cênicas, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 7–18, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/manzua/article/view/18935. Acesso em: 30 maio. 2025.
MOREIRA, Marcello. Bori: a arte de dar comida aos Deuses. Disponível em: site_texto-sobre_bhttps://ayrsonheraclito.com/wp-content/uploads/2022/03/site_texto-sobre_bori-1.pdfori-1.pdf

Bajado (Euclides Francisco Amâncio)

Datação vida e morte: Maraial, PE, Brasil, 1912 – 1996

Biografia: Euclides Francisco Amâncio, Bajado nasceu em Maraial, Pernambuco, mas foi em Olinda que construiu sua história com a arte até o seu falecimento. Trabalhou por anos como cartazista de cinemas e estabelecimentos comerciais, e é considerado um artista autodidata. Foi homenageado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) com uma exposição na França, dois anos antes de seu falecimento. Expôs seus quadros em Portugal, e dá nome à Casa Bajado e ao Cine Bajado, ambos sediados em Olinda. Por suas mãos, podemos viver um pouco das festividades pernambucanas. A relação entre Olinda e Bajado é profunda: a cidade inspira sua arte, e o artista retribui eternizando seus festejos e habitantes em suas composições visuais.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: 1940-1990

Referências bibliográficas:

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Bajado. 16 jan. 2025. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/6429-bajado. Acesso em: 10 de julho de 2025.
FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Bajado, um artista de Olinda (1996). YouTube, 21 fev. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KZDfQhy8mdM&ab_channel=Funda%C3%A7%C3%A3oJoaquimNabuco. Acesso em: 10 de julho de 2025.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Dossiê do Maracatu-Nação: Inventário Nacional de Referências Culturais – INRC do Maracatu-Nação. Disponível em: https://bcr.iphan.gov.br/documentos-do-process/dossie-de-registro-maracatu-nacao/. Acesso em: 3 jul. 2025.

Benedito José Tobias

Datação vida e morte: São Paulo, SP, Brasil, 1894 – 1963

Biografia: Benedito José Tobias foi um pintor e desenhista paulistano. Iniciou suas atividades nas primeiras décadas do século XX. No entanto, sua participação em exposições e as premiações ocorreram a partir dos anos 1930. Foi sucessivamente premiado em diferentes edições do Salão Paulista de Belas Artes e, em 1958, integrou a Comissão Organizadora da 25ª edição desse evento.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: 1930-1963

Referências bibliográficas:

CORRÊA, Carolina Cerqueira. Benedito José Tobias: impressões do pouco que se sabe, In: Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, 28, Origens, 2019, Cidade de Goiás. Anais […] Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2019. p.31-42. Disponível em: https://anpap.org.br/anais/2019/PDF/ARTIGO/28encontro______CORREA_Carolina_Cerqueira_31-42.pdf. Acesso em 23 jun. 2025.
MUSEU AFRO BRASIL. Negros Pintores. São Paulo: MAB, 2008.
TAVARES, Thayná de Paula da Silva. Benedito José Tobias (1894-1963): trajetória e retratística. Dissertação de mestrado em História. Juíz de Fora, MG: UFJF, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16172. Acesso em: 23 jun. 2025.

Carybé (Hector Julio Páride Bernabó)

Datação vida e morte: Lanús, Argentina, 1911 – Salvador, BA, Brasil, 1997

Biografia: Hector Julio Páride Bernabó, Carybé foi desenhista, ilustrador, pintor, gravador, muralista, ceramista, escultor e jornalista. Nos anos 1920 trabalhou como assistente no ateliê de cerâmica de seu irmão mais velho, Arnaldo, no Rio de Janeiro, e estudou por dois anos na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). De volta à Argentina, nos anos 1930, trabalhou com charges, ilustrações e publicidade em jornais. Participou de sua primeira exposição coletiva no Museu Municipal de Belas Artes, em Buenos Aires, em 1939. Mudou-se para o Brasil em 1949, onde viveu até o fim da vida. Participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e em países como Itália, Nigéria, Iraque, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, entre outros.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor, gravador

Tipologia: Pintura, gravura

Período de atividade: 1940-1990

Referências bibliográficas:

CARYBÉ. ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/432-carybe. Acesso em: 25 jun. 2025..
VENTURA, Alexandre. Carybé: quotidiano de Salvador em meados do século XX. [S.l.: s.n.], [s.d.]. Disponível em: https://fcs.mg.gov.br/a-criacao-escultorica-de-leandro-gabriel/. Acesso em: 25 jun. 2025.

Cyprien Tokoudagba

Datação vida e morte: Abomey, Benim, 1939 – 2012

Biografia: Cyprien Tokoudagba foi escultor, pintor e restaurador de arte no Museu Nacional de Abomey, no Benin. Pertenceu a uma família de artistas e políticos da cidade de Abomey. Filho de Toha, um tecelão, desde a infância destacava-se na vida escolar por seus desenhos. Na juventude, passou a ganhar dinheiro pintando quadros. Aos 35 anos, passou a produzir com outras técnicas e materiais, como a modelagem em barro e argila e, em seguida, areia e cimento. Suas obras foram encomendadas por sacerdotes de Benin, Nigéria, Togo e Gana, assim como para edifícios privados. Em 1989, participou de sua primeira exposição internacional, Magiciens de la Terre (Feiticeiros da Terra), em Paris. Posteriormente, integrou mostras na Alemanha, Inglaterra, Portugal, África do Sul e outros países. Seus trabalhos são marcados por figuras simbólicas do Vodum, além de elementos políticos e culturais do Benin.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor/escultor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: 1982-2012

Referências bibliográficas:

TOKOUDAGBA, Cyprien. Disponível em: http://www.23bienal.org.br/universa/puaoct.htm. Acesso em: 03 jul. 2025.
Cyprien Tokoudagba (1939-2012). Disponível em: https://www.woutersgallery.com/artists/cyprien-tokoudagba-(1939-2012)
AFRICAN CONTEMPORARY, Cyprien Tokoudagba, 1939-2012. Disponível em: https://www.africancontemporary.com/Cyprien%20Tokoudagba-pt.htm. Acesso em 03 jul. 2025.

Emmanuel Zamor

Datação vida e morte: Salvador, BA, Brasil, 1840 – Créteil, Île de France, França, 1917

Biografia: Emmanuel Zamor foi adotado por Pierre Emmanuel Zamor e Félicité Rose Neveu, na paróquia Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador. Estima-se que tenha se mudado com a família para a França entre 1845 e 1850, retornando ao Brasil por um período de dois anos na década de 1860. Parte de sua produção e possíveis registros desse período no Brasil foram destruídos em um incêndio no seu ateliê. Estudou na Academia Julian, em Paris, e dedicou-se à pintura e à cenografia. Em seu trabalho destacam-se as naturezas-mortas e paisagens, que revelam um diálogo estilístico com os realistas, românticos e pré-impressionistas da Escola de Barbizon. Entre as décadas de 1930 e 1940, o marchand Jean-Claude Castoriano adquiriu os 37 trabalhos disponíveis do artista, elaborados entre 1874 e 1916. A produção de Zamor só passou a ser conhecida pelo público brasileiro a partir da exposição individual realizada no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1985. Posteriormente, outras obras de Zamor foram apresentadas em mostras como Dezenovevinte: uma virada no século (1986), Pintores Negros do Século XIX (1993) — ambas exibidas pela Pinacoteca do Estado de São Paulo —, e A Mão Afro-Brasileira (1988), no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo. Entre 1999 e 2000, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Álvares Penteado (MAB-FAAP) também expôs obras do artista.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: século XX

Referências bibliográficas:

EMMANUEL Zamor. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/2003-emmanuel-zamor. Acesso em: 26 jun. 2025. Verbete da Enciclopédia.
LEITE, José Roberto Teixeira. Pintores negros do oitocentos. São Paulo: MWM Motores Diesel Ltda, 1988.
MUSEU AFRO BRASIL. Negros Pintores. São Paulo: Museu Afro Brasil, 2008.

Euloge Glèlè

Datação vida e morte: Cotonou, Benim, 1977

Biografia: Euloge Glèlè, membro da linhagem real de Abomey, no Benin, iniciou sua trajetória artística com o desenho e, após um período de aprendizado com o mestre Cyprien Tokoudagba, voltou-se para a escultura em cerâmica. Suas obras, minuciosas e ricas em detalhes, oferecem um olhar contemporâneo sobre a vida cotidiana e espiritual sociedade beninense. Algumas de suas produções incorporam uma dimensão política, abordando temas como desigualdade e injustiça social. O artista participou de uma residência na École Nationale Supérieure d’Art, na França (2017), e teve seus trabalhos exibidos em países como Benim, Bélgica, França e Brasil, onde participou de diversas exposições no Museu Afro Brasil. Entre elas, O Benin está vivo ainda lá: ancestralidade e contemporaneidade (2007). Também integrou a Bienal de Dakar, no Senegal (2022), e a mostra Escravidão Moderna (2015), realizada na sede da UNESCO, em Paris.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor/escultor

Tipologia: Escultura

Período de atividade: século XX

Referências bibliográficas:

SILVA, Vagner Gonçalves da. LEGBA NO BRASIL – TRANSFORMAÇÕES E CONTINUIDADES DE UMA DIVINDADE. Sociol Antropol [Internet]. 201 9 May; 9(2):453–68. Available from: https://doi.org/10.1590/2238-38752019v925
FERRETTI, Sergio. (2006). A terra dos voduns. Disponível em: < http://gurupi.ufma.br:8080/jspui/1/300>. Acesso em 15 jan. 2019.
PARÉS, Nicolau. O rei, o pai e a morte. A religião vodum na antiga Costa dos Escravos na África Ocidental São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
VERGER Pierre. Dieux d’Afrique. Culte des Orishas et Vodouns à l’ancienne Côte des Esclaves en Afrique et à Bahia, la baie de tous les Saints au Brésil. Editions Revue Noire – Paris – 1995

Flávio Cerqueira

Datação vida e morte: São Paulo, SP, Brasil, 1983

Biografia: Flávio Cerqueira é mestre em artes visuais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e desenvolve uma produção artística centrada na representação da figura humana, utilizando principalmente os processos de fundição em bronze e cera perdida. Sua prática artística permeia sua pesquisa acadêmica, incorporando elementos e referências de diversas linguagens artísticas, além de propor um novo olhar sobre temas recorrentes na tradição clássica da escultura. Participou de inúmeras exposições coletivas tanto no Brasil quanto no exterior, entre as quais se destacam: Histórias Afro-Atlânticas (2018); Queermuseu (2017); Let Me Begin Again (2017); 10ª Bienal do Mercosul (2015); Resignification (2015); e a mostra coletiva na National Gallery of Art (2022). Suas obras integram importantes coleções de instituições brasileiras, como o Instituto Inhotim, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), entre outras.

Gênero: Feminino

Ofício: Escultor 

Tipologia: Escultura

Período de atividade: A partir de 2000

Referências bibliográficas:

CERQUEIRA, Flávio dos Santos. A Escultura No Flagrante Da Ação. UNESP, 2019.
CERQUEIRA, Flávio dos Santos. A escultura no flagrante da ação. 2019. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes, São Paulo, 2019.
SCHWARCZ, Lilia (cur.). Flávio Cerqueira: um escultor de significados [catálogo de exposição]. São Paulo: Ministério da Cultura; Banco do Brasil, 2025. Disponível em: https://ccbbstg.blob.core.windows.net/site-prod/2025/02/Catalogo-Flavio-Cerqueira.pdf. Acesso em: 2 jul. 2025.

Heitor dos Prazeres

Datação vida e morte: Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1898 – 1966

Biografia: Heitor dos Prazeres foi pintor, sambista, coreógrafo, figurinista e capoeirista. O artista vivenciou a história de lugares da capital fluminense com expressiva presença negra, como a Praça Onze, denominada por ele “África em Miniatura”. Quando garoto, era chamado de Lino por sua família. No universo musical, recebeu a alcunha de Mano Heitor do Cavaco e Mano Heitor do Estácio, em referência ao bairro Estácio de Sá. Prazeres foi um dos pioneiros do samba, frequentando as famosas festas na Casa de Tia Ciata e participando da fundação de escolas de samba como a Mangueira e a Portela. Criou cerca de 300 composições musicais — entre elas, a famosa marcha de Carnaval O Pierrô Apaixonado, em parceria com Noel Rosa. Como músico, foi multi-instrumentista e um exímio cavaquinista.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: final de 1930 a 1966

Referências bibliográficas:

NASCI DO SEMBA. Heitor dos Prazeres: Documentário 1965. YouTube, 16 de set. de 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-FgabF3G32s&ab_channel=NascidoSemba. Acesso em 11 de julho de 2025.
PRAZERES, Tatyana. Heitor, carioca dos prazeres. YouTube, 07 mai. 2014. Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=0_L07fQZiBQ&ab_channel=TatyanaPrazeres. Acesso em 11 de julho de 2025.
DIAS, Elaine; ELEUTÉRIO, Maria de Lourdes. Heitor dos Prazeres. 1 ed. São Paulo: Folha de S. Paulo; Instituto Itaú Cultural, 2013.

João Alves (João Alves Oliveira da Silva)

Datação vida e morte: 1906, Ipirá, BA, 1906 – Salvador, BA, 1970

Biografia: João Alves Oliveira da Silva foi um pintor autodidata. Homem negro, candomblecista e soteropolitano, exerceu diversos ofícios, e, por muitos anos, revezou-se entre as ocupações de engraxate e pintor. Morava próximo à igreja São Domingos, no Pelourinho, e costumava pintar seus quadros ao lado da cadeira de engraxate, na Praça da Sé, nas imediações do Palácio do Arcebispado. No início da carreira, produzia suas próprias tintas e recusava-se a usar  querosene ou esmalte sintético como solventes. Embora tenha sido rotulado como “primitivo”, Oliveira da Silva tinha afinidades estéticas com o modernismo brasileiro, e com a primeira e parte da segunda geração de artistas modernistas baianos. Manteve uma relação próxima com Jorge Amado — que o apelidou de “o pintor da cidade” e o eternizou como personagem do romance Dona Flor e Seus Dois Maridos — e Zélia Gattai. Na década de 1940, o artista se destacou em meio ao clima de intenso nacionalismo e recebeu apoio de artistas como Emanoel Araújo, Carybé, Mário Cravo Junior e Pierre Verger. Sua obra foi exibida em instituições como o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo (MAB), no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e nas duas edições da Bienais Nacionais da Bahia (1966, 1968). Sua obra também foi exibida  em diversas exposições póstumas.

Gênero: Masculino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: 1930-1966

Referências bibliográficas:

AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos: história moral e de amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
AMADO, Jorge. O mestre João Alves. Diário de Notícias,Salvador, 20 dez. 1964. Caderno Suplemento – Artes, Letras, p.?.
LIMA, Marcio Santos. João Alves, o pintor da cidade: relações dialógicas entre a pintura primitiva e o modernismo baiano. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.
SANTOS, Milton. O centro da cidade do Salvador: estudo de geografia urbana. São Paulo: EDUSP, 2024.

Maria Auxiliadora Silva

Datação vida e morte: Campo Belo, MG, Brasil, 1935 – São Paulo, SP, 1974

Biografia: Maria Auxiliadora foi uma artista negra autodidata. Neta de escravizados, mudou-se ainda criança com a família para São Paulo, frequentando bairros com expressiva presença negra, como Casa Verde, Limão, Vila Nova Cachoeirinha, Praça da República e Embu das Artes. Quase toda a sua família tornou-se artista visual, inclusive a mãe, Maria Trindade, que se dedicava à escultura em madeira. Auxiliadora frequentou a escola por aproximadamente 3 anos, e começou a pintar aos 11, desenhando com carvão em muros e paredes por onde passava. Ao longo da vida, exerceu diferentes ofícios, entre eles, o de empregada doméstica. Aos 32 anos, sete antes de falecer em decorrência de um câncer generalizado, passou a viver exclusivamente da pintura e retomou os estudos formais.

Gênero: Feminino

Ofício: Pintor 

Tipologia: Pintura 

Período de atividade: 1954-1974

Referências bibliográficas:

BARDI, Piero Maria. Maria Auxiliadora. Torino: Giulio Bolaffi Editore, 1977.
CANAL CURTA. Maria Auxiliadora: vida cotidiana, pintura e resistência. YouTube 03 mai. 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O0MMaAU22ig&ab_channel=CanalCurta%21. Acesso em 11 de julho de 2025.
CANAL CURTA. Quem foi Maria Auxiliadora? YouTube, 10 jan. 2023.  Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hVdYGTR_Tjo&ab_channel=CanalCurta%21. Acesso em 11 de julho de 2025.
FESTIVAL NEGRARTE. Maria Auxiliadora: Prevalências no tempo – Parte 1: Vida e Família. YouTube, 13 mai. 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1_LNohrHP44&ab_channel=FestivalNegrArte. Acesso em 11 de julho de 2025.

Maria Lídia Magliani

Datação vida e morte: Pelotas, RS, 1946 – Rio de Janeiro, RJ, 2012

Biografia: Maria Lídia Magliani cursou Artes Plásticas no Instituto de Artes da UFRGS e realizou pós-graduação em pintura sob orientação de Ado Malagoli.
Além de pintora, foi escultora, desenhista, figurinista e coreógrafa. Morou por alguns anos na cidade de Tiradentes, Minas Gerais, procurando um lugar tranquilo para trabalhar, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2012. Suas obras percorreram diversas exposições nacionais e internacionais, coletivas e individuais, como Desenhos (1980), na Pinacoteca de São Paulo, com curadoria de Emanoel Araújo; 18ª Bienal Internacional de São Paulo (1985); A Mão Afro-Brasileira (1988), no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM); My baby just care for me (2011), no Museu Imaginário de Bruxelas/Bélgica; e Magliani: a solidão do corpo (2013), primeira individual póstuma, exibida na Pinacoteca Aldo Locatelli, em Porto Alegre.

Gênero: Feminino

Ofício: Pintor

Tipologia: Pintura

Período de atividade: De 1960 a 2012

Referências bibliográficas:

A PINACOTECA ALDO LOCATELLI. Magliani: a solidão do corpo [Catálogo]. Porto Alegre: Pinacoteca Aldo Locatelli, ANO.
Fundação Iberê. Magliani. YouTube, 26 de jul. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tYmd97BQn_c&ab_channel=Funda%C3%A7%C3%A3oIber%C3%AA. Acesso em 11 de julho de 2025.

M.L.C. (Maria de Lourdes Cândido)

Datação vida e morte: Juazeiro do Norte, CE, Brasil, 1939 – 2021

Biografia: Maria de Lourdes Cândido foi uma artesã e ceramista de Juazeiro do Norte, Ceará.  Assim como sua irmã, a ceramista Ciça das Máscaras, vendia suas peças de cerâmica no mercado local. A artista ensinou o ofício às filhas, as artistas Maria Cândido Monteiro (M.C.M.) e Maria do Socorro Cândido (M.S.C.); juntas, são conhecidas como As Três Marias do Ceará. Participaram de diversas mostras, tais como: Brésil, Arts Populaires (1987), em Paris; Mostra do Redescobrimento (2000), na Fundação Bienal de São Paulo; e Expressão Popular (2001), no Centro Cultural da Light, Rio de Janeiro. Maria de Lourdes Cândido foi reconhecida como Mestra em Artesanato em Cerâmica pela Secretaria de Cultura do Ceará em 2004.
A artista iniciou sua produção confeccionando brinquedos para seus onze filhos, além de vendê-los no mercado local. Criava pequenos animais, panelinhas e bonecos, em uma região onde a arte do barro é uma tradição cultivada especialmente entre as mulheres. Sua produção manteve esse caráter até a década de 1970, quando, por sugestão do xilógrafo Stênio Diniz (1953), decidiu explorar novos temas. Nesse momento, passa a criar placas de tabatinga policromada, que retratam desde cenas do cotidiano urbano até representações de entidades religiosas.

Gênero: Feminino

Ofício: Escultora 

Tipologia: Escultura 

Período de atividade: século XX

Referências bibliográficas:

CENTRO NACIONAL DE FOLCLORE E CULTURA POPULAR (CNFCP). Maria de Lurdes Cândido. YouTube, 7 abr. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wVLmGyjFqQ4. Acesso em 10 de julho de 2025.
FROTA, Lélia Coelho. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro: século XX. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005. p. 311-313.

M.S.C. (Maria Socorro Cândido)

Datação vida e morte: Juazeiro do Norte, CE, 1971

Biografia: Maria Socorro Cândido compartilhou o ofício de confecção de peças em cerâmica com a mãe, Maria de Lourdes Cândido, sua tia, Cícera Fonseca da Silva, e com a irmã, Maria Cândido. Mãe e filhas são conhecidas como As Três Marias do Ceará e já participaram de diversas mostras, como: Brésil: Arts Populaires (1987), em Paris; Mostra do Redescobrimento (2000), na Fundação Bienal de São Paulo; e Expressão Popular (2001), no Centro Cultural da Light, no Rio de Janeiro.
M.S.C. conheceu a arte ainda na infância, em Juazeiro do Norte, auxiliando a mãe, a ceramista Maria de Lourdes Cândido (M.L.C.), ao lado da irmã, Maria Cândido Monteiro (M.C.M.), na produção de pequenas peças de barro e, posteriormente, de placas de tabatinga policromada, que representam cenas do cotidiano da cidade e representações religiosas. Assim, ficaram conhecidas como As Três Marias do Ceará. Maria do Socorro Cândido, assim como a irmã Maria Cândido, buscava inspiração, não apenas nas cenas observadas nas ruas, mas também em imagens de livros, revistas e programas na televisão para compor suas peças.

Gênero: Femino

Ofício: Escultora 

Tipologia: Escultura

Período de atividade: Século XX

Referências bibliográficas:

REDE ARTESOL. Família Cândido. Rede Artesol, 2024 Disponível em: https://redeartesol.org.br/rede/familia-candido/. Acesso em: DATA.
FROTA, Lélia Coelho. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro: séc. XX. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005. p. 311-313.

M.L.C. (Maria de Lourdes Cândido)

Datação vida e morte: Juazeiro do Norte, CE, Brasil, 1939 – 2021

Biografia: Maria de Lourdes Cândido foi uma artesã e ceramista de Juazeiro do Norte, Ceará.  Assim como sua irmã, a ceramista Ciça das Máscaras, vendia suas peças de cerâmica no mercado local. A artista ensinou o ofício às filhas, as artistas Maria Cândido Monteiro (M.C.M.) e Maria do Socorro Cândido (M.S.C.); juntas, são conhecidas como As Três Marias do Ceará. Participaram de diversas mostras, tais como: Brésil, Arts Populaires (1987), em Paris; Mostra do Redescobrimento (2000), na Fundação Bienal de São Paulo; e Expressão Popular (2001), no Centro Cultural da Light, Rio de Janeiro. Maria de Lourdes Cândido foi reconhecida como Mestra em Artesanato em Cerâmica pela Secretaria de Cultura do Ceará em 2004.
A artista iniciou sua produção confeccionando brinquedos para seus onze filhos, além de vendê-los no mercado local. Criava pequenos animais, panelinhas e bonecos, em uma região onde a arte do barro é uma tradição cultivada especialmente entre as mulheres. Sua produção manteve esse caráter até a década de 1970, quando, por sugestão do xilógrafo Stênio Diniz (1953), decidiu explorar novos temas. Nesse momento, passa a criar placas de tabatinga policromada, que retratam desde cenas do cotidiano urbano até representações de entidades religiosas.

Gênero: Feminino

Ofício: Escultora 

Tipologia: Escultura 

Período de atividade: século XX

Referências bibliográficas:

CENTRO NACIONAL DE FOLCLORE E CULTURA POPULAR (CNFCP). Maria de Lurdes Cândido. YouTube, 7 abr. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wVLmGyjFqQ4. Acesso em 10 de julho de 2025.
FROTA, Lélia Coelho. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro: século XX. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005. p. 311-313.

Mestre Guarany (Francisco Biquiba dy Lafuente)

Datação vida e morte: Santa Maria da Vitória, Bahia, 1882-1985

Biografia: Francisco Biquiba dy Lafuente, Mestre Guarany, herdou o nome do bisavô espanhol e da bisavó moçambicana. A ascendência indígena da região do rio Paraguaçu vem da família materna e deu origem ao apelido “Guarany”. Iniciou a produção de carrancas aos 17 anos, como aprendiz do mestre João Alves de Souza, da cidade da Barra, na Bahia, e manteve essa atividade até os 97 anos. Trabalhou sempre de forma autônoma, exercendo também outras funções em sua comunidade, como marceneiro, carpinteiro, pintor de bandeiras dos festejos do Divino Espírito Santo e tocador de violão nas serestas locais. Estima-se que tenha esculpido dois terços das carrancas utilizadas nas barcas que navegam pelo Rio São Francisco. Suas obras estiveram presentes em exposições como A Mão do Povo Brasileiro (1969), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), e no Festival Mundial de Artes e Cultura Negra e Africana (Festac), Lagos, Nigéria, em 1977. Sua primeira mostra individual, intitulada Guarany: 80 anos de carrancas (1981), aconteceu em Brasília. Na ocasião, Mestre Guarany recebeu o prêmio Revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Gênero: Masculino

Ofício: Escultor

Tipologia: Escultura

Período de atividade: 1901-1940

Referências bibliográficas:

PARDAL, Paulo. Carrancas do São Francisco. Cadernos de Folclore, n° 29, Rio de Janeiro: Funarte, 1979.
PARDAL, Paulo. Carrancas do São Francisco. 2 ed. rev. e ampl., Rio de Janeiro: Funarte, 1981.
COIMBRA, Silvia Rodrigues; MARTINS, Flávia; DUARTE, Maria Leticia. O reinado da lua: escultores populares do nordeste. Rio de Janeiro: Salamandra, 1980.

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